Não foi fácil chegar a consenso acerca do nome para o novo ferryboat que a Câmara Municipal de Aveiro pretende ter a funcionar já este verão. Mas depois de encontrado, é difícil imaginar melhor: Salicórnia, a erva daninha que cresce nas salinas, reabilitada pela cozinha moderna como substituto, mais saudável, do sal. “Uma coisa que era velha e má, transformou-se em algo bom”, resume o presidente da câmara, Ribau Esteves, durante uma visita ao estaleiro no Seixal, onde a embarcação está a ser construída. Por “velho e mau”, entenda-se os atuais ferrys que emitem cerca de 300 toneladas de CO2 por ano, por “bom”, o novo barco 100% elétrico que irá fazer o percurso de quinze minutos entre as praias de São Jacinto e Forte da Barra, na zona da Ria de Aveiro.
Será o primeiro ferryboat totalmente elétrico a operar em Portugal e até mesmo o primeiro a sul da Europa – exceção feita para os já habituais países nórdicos, garante a autarquia. Outro ponto que o autarca gosta de reforçar é a origem exclusivamente nacional, desde o design, a cargo da Alma, até à construção, por conta do Grupo ETE. “É o nosso primeiro projeto de um navio com propulsão elétrica e o primeiro de uma empresa portuguesa”, nota Francisco Barbosa, diretor-geral, da empresa de construção naval e operações portuárias, o Grupo ETE.