É um objetivo perseguido há décadas pela comunidade científica e agora o trabalho de uma equipa de investigadores coloca-os mais perto da criação de uma pílula contracetiva para homens. O comprimido começa a produzir efeitos 30 minutos após a toma e a redução da fertilidade dura até 24 horas.
A equipa da Weil Cornell Medicine tem-se focado numa proteína chamada sAC (de soluble adenylyl cyclase) que é vital para o funcionamento do esperma. Isto torna este fármaco num inibidor da sAC e reduz assim a fertilidade masculina. Em trabalhos anteriores, outras equipas perceberam que os homens e ratos que não tinham o gene da sAC eram inférteis, pelo que estes investigadores tentaram isolar o inibidor e desenvolver o comprimido, explica o New Atlas.
O inibidor TDI-11861 foi administrado a um grupo de ratos machos e descobriu-se que, após 52 tentativas de acasalamento, nenhuma fêmea ficou prenhe. Em contrapartida, no grupo de controlo, no qual não foi aplicado o fármaco, um terço das fêmeas acabaram por ficar grávidas no mesmo número de tentativas.
Os cientistas destacam a rapidez com que o inibidor começa a produzir efeitos e que os homens perdem a capacidade fértil a 100% durante cerca de duas horas e meia. De forma gradual, ao longo das próximas 24 horas, os homens voltam a ter a capacidade reprodutiva na totalidade.
Em laboratório, não se descobriram efeitos negativos com a toma prolongada deste inibidor durante seis semanas, pelo que pode estar mais perto o dia da chegada da pílula masculina.
Os trabalhos vão agora ser continuados e este inibidor pode ser a base para outros métodos contracetivos também. Os resultados da investigação agora revelada foram publicados na Nature Communications.