A partícula de Majorana é tão misteriosa quanto a vida do físico italiano que a imaginou. Pouco mais de uma década de dedicação à Ciência bastaram para que Ettore Majorana ganhasse um lugar na história. Num dos seus trabalhos mais importantes está a resolução de equação de Dirac, que junta a relatividade especial de Einstein e a teoria quântica. Da solução apresentada por Majorana resulta a possibilidade da existência de partículas elementares neutras que são iguais às suas próprias antipartículas (nas antipartículas com carga todas as propriedades são iguais, exceto a carga elétrica). E o melhor candidato a esta dualidade seria o neutrino, uma partícula elementar sem carga elétrica.
Pouco convencido do valor do seu trabalho e, especula-se, angustiado com o impacto que o estudo sobre os neutrinos pudesse ter – em particular as aplicações bélicas – Majorana apanhou um barco em Nápoles rumo a Palermo e nunca mais ninguém soube dele. Estávamos em 1938 e Ettore tinha 32 anos.