Uma equipa de cirurgiões da Universidade do Alabama em Birmingham, nos Estados Unidos da América, transplantou os rins de um porco geneticamente modificado para o abdómen de um homem de 57 anos em morte cerebral, provando que a alteração genética de um porco permite que os órgãos sejam transplantados e usados por humanos.
James Parson, que queria ser doador de órgãos, foi a cobaia deste estudo e teve os seus órgãos totalmente removidos, com o consentimento da sua família. O seu corpo não mostrou sinais de rejeição e os rins de porco começaram a funcionar e a produzir urina 23 minutos após o procedimento, e continuaram a fazê-lo durante três dias, embora um rim produzisse mais urina do que o outro.
Segundo a publicação The New York Times, a pesquisa, que ganhará o nome do paciente em sua homenagem, foi descrita na revista médica The American Journal of Transplantation. Jayme Locke, cirurgiã-chefe da equipa, afirmou que este não foi um experimento único e que espera “avançar no campo para ajudar pacientes”, solucionar a insuficiência renal, que é “refratária, grave e impactante”, e salvar vidas com transplantes de rins de porco nos próximos cinco anos.
Há poucos dias, uma equipa de médicos da Escola de Medicina da Universidade de Maryland, também nos Estados Unidos da América, transplantou o coração de um porco geneticamente modificado para um paciente de 57 anos com insuficiência cardíaca, que ainda hoje se encontra vivo e em observação. Já no fim do ano de 2021, médicos da NYU Langone Health, nos Estados Unidos da América, anexaram um rim de um porco geneticamente modificado aos vasos sanguíneos da parte superior da perna de um paciente em morte cerebral, que mesmo fora do corpo produzia urina e creatinina, um produto residual.