A equipa de investigação envolvida no EDoN (de Early Detection of Neurodegenerative diseases) pretende ter um protótipo de wearable que detete sinais precoces de Alzheimer daqui a três anos. O primeiro passo envolve analisar e processar dados provenientes dos vários estudos em curso. Estes dados serão depois colocados no wearable que, em teoria, será capaz de monitorizar os passos, o ritmo cardíaco ou o padrão de sono do utilizador e dar o alerta caso se comecem a notar sinais de que a doença possa aparecer, mesmo que não haja sintomas explícitos.
A equipa do EDoN vai trabalhar com o Instituto Alan Turing para obter os dados e vai “usar Inteligência Artificial [IA] para oferecer novas perspetivas sobre os primeiros sinais da doença ao combinar medições digitais de dados com as fontes mais tradicionais, como imagens do cérebro e testes de memória”, explica o professor Chris Holmes, do Instituto, citado pela BBC.
Em todo o mundo há 50 milhões de doentes com Alzheimer, número que se prevê que aumente para 152 milhões em 2050, pelo que este tipo de soluções pode desempenhar um papel fundamental na deteção e tratamento antecipados. Carol Routledge, diretora de investigação da Alzheimer Research UK, organização britânica, explica que “identificar os primeiros sinais vai transformar os esforços de investigação atuais, dando-nos mais hipóteses de parar estas doenças antes de os sintomas de demência começarem a afetar a vida das pessoas”.
Os voluntários para este programa virão de outra iniciativa de saúde do Reino Unido, o programa Accelerating Detection of Disease, onde se prevê o recrutamento de cinco milhões de voluntários que não se importem de participar em programas que visam analisar doenças degenerativas, cardíacas ou cancerígenas.