Uma equipa de investigadores de Nova Iorque concluiu que, de 104 pacientes em coma, 16 (15%) tinham alguma atividade cerebral e sete destes (44%) voltaram a acordar e a conseguir funcionar por si sós durante oito horas por dia, passado um ano. No outro espetro, só 14% dos que não tinham qualquer atividade cerebral é que conseguiram chegar a um nível semelhante de recuperação passado um ano. Os autores confessam cautelas nesta abordagem e indicam que é necessária mais validação, em estudos mais abrangentes, que sejam capazes de detetar outros resultados também.
A atividade elétrica detetada numa fase inicial do coma foi monitorizada enquanto resposta a comandos de voz simples, como «mexa os dedos dos pés» ou «abra e feche a mão direita». Os investigadores creem que estes estímulos de voz conduzem a uma tentativa do cérebro em cumprir as ordens, embora não consigam afirmar taxativamente que a atividade elétrica se trata de reconhecimento ou compreensão de comandos.
O estudo foi conduzido numa única unidade de cuidados intensivos, junto de 104 pacientes em coma ou com estados de consciência mínimos, entre 2014 e 2017, explica o ArsTechnica. Os investigadores usaram um eletroencefalograma de 21 elétrodos para monitorizar a atividade cerebral, durante sessões de 25 minutos. Do grupo em análise, 16 pacientes tinham alguma atividade e 88 não a tinham. Um ano depois, seis dos que tinham atividade e 50 dos que não tinham, acabaram por perecer. Sete dos originais 16 conseguiram uma recuperação considerável, de nível 4, numa escala que vai de 1 a 8.
Os cientistas pedem que sejam feitos mais estudos e outras análises, mais extensivos.