As roupas que são ecrãs táteis, que funcionam como sensores ou que emitem luz ainda estão longe de ditar as modas, mas a Universidade de Aveiro já começou a trabalhar para transformar o roupeiro e também o “look” das próximas geração com uma nova técnica de produção de têxteis que integram fibras eletrónicas. Em parceria com o Centro de Investigação em Têxteis CENTEXBEL (Bélgica) e a Universidade de Exeter (Inglaterra), investigadores do Instituto de Materiais de Aveiro (CICECO; integra a Universidade de Aveiro) desenvolveram um método de produção de têxteis eletrónicos que, além da flexibilidade, tem a vantagem de poder ser usado à escala industrial.«É uma técnica que permite integrar dispositivos baseados em grafeno diretamente em fibras têxteis, mantendo o aspeto, flexibilidade e toque do tecido. Para já, criámos sensores de toque, tal como os usados nos ecrãs sensíveis ao toque, e dispositivos que emitem luz», descreve Helena Alves, investigadora do CICECO, em comunicado da Universidade de Aveiro.
![Fibra têxtil com pixel luminoso incorporado.jpg](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2019/12/13657916Fibra-t%C3%AAxtil-com-pixel-luminoso-incorporado.jpg)
O novo método de produção de fibras eletrónicas recorre a componentes descritos como leves e duráveis que podem ser entrelaçados em diferentes tipos de têxteis convencionais. A condutividade destes têxteis permite assim reproduzir imagens, recolher dados corporais ou até criar novas interfaces de interação com o utilizador ativar diferentes funcionalidades.
Em contrapartida, o recurso ao grafeno permite uma solução flexível que funciona como alternativa mais durável aos tecidos eletrónicos das primeiras gerações que exigem a colagem de dispositivos que tornam a peças de tecido rígidas e pouco resilientes.
Envio de e-mails a partir da interação com as roupas, recolha de dados relativos ao batimento cardíaco ou até o desenvolvimento de novas funcionalidades para as peças de roupa interior destacam-se entre os potenciais usos das novas fibras eletrónicas. «Os investigadores garantem que a descoberta pode revolucionar a criação de dispositivos eletrónicos vestíveis para uso numa variedade de aplicações diárias, seja no simples acesso ao email através da roupa, seja na monitorização do estado de saúde através de sensores que permitem medir, por exemplo, a frequência cardíaca e a pressão arterial, e avisar quando algo está mal», revela o comunicado da Universidade de Aveiro.