Não será o primeiro artigo sobre impressão 3D na Nature Materials. Nem provavelmente será o último. Mas será dos poucos que elencam quais as principais limitações relacionadas com a denominada manufatura aditiva. E foi redigido por um aluno de doutoramento no Instituto Superior Técnico e na Universidade de Carnegie Mellon. O artigo “Políticas Necessárias para a Manufatura Aditiva” trouxe Jaime Bonnín Roca para a linha da frente da impressão a três dimensões. Resta saber se a indústria dá resposta às lacunas identificadas no artigo.
O investigador do Técnico aponta a falta de regulação como uma das lacunas que ainda estão por sanar. «Para que a tecnologia da impressão 3D atinja todo o seu potencial, é preciso definir regras para a sua aplicação, no sentido de conseguir garantir a qualidade e a excelência exigidas pela indústria. É essencial também conseguir que essa qualidade e essa excelência possam ser reproduzidas em escala, de igual forma, algo que não acontece atualmente, uma vez que ainda é difícil garantir dois produtos exatamente iguais e com os mesmos padrões de qualidade através desta tecnologia», refere um comunicado do Técnico fazendo eco do “diagnóstico” que Bonnín Roca fez do setor.
O investigador do Técnico lembra que os governos podem ter um papel determinante na definição das regras e dos requisitos técnicos poderão desencadear uma crescente sofisticação e uma melhoria de fiabilidade das impressoras 3D que se encontram no mercado.
A indústria da aeronáutica é referida Bonnín Roca como um dos exemplos no que toca às principais beneficiárias da impressão 3D. O especialista refere, porém, que faltam incentivos que levem a indústria a tirar partido de todo o potencial desta tecnologia: «a falta de investimento público é provavelmente o maior constrangimento ao desenvolvimento desta tecnologia», refere o investigador, citado no comunicado do Técnico.