Neste momento, foi batido o recorde de sobrevivência de um coração de porco no abdómen de macacos, com um máximo de 945 dias, ou seja, mais de dois anos. O estudo abre a possibilidade de usar órgãos de animais em humanos que estejam a precisar desesperadamente de um coração, por exemplo.
O porco foi o animal escolhido uma vez que os seus órgãos têm aproximadamente o mesmo tamanho que os dos humanos. Os investigadores estão a analisar este tema com porcos especificamente há alguns anos e tiveram de ultrapassar várias dificuldades ao nível molecular que impossibilitam o transplante direto.
Nos primeiros tempos, o xenotransplante (de uma espécie para outra) durava apenas alguns minutos, com o coração do suíno a causar coágulos fatais nos primatas e com alguns desafios também ao nível dos sistemas imunitários.
Agora, os investigadores publicaram as suas conclusões na Nature Communications e indicam que usando bloqueadores de alguns marcadores moleculares e alguns imunossupressores, conseguiram alargar o tempo de vida de cada coração suíno no corpo de primatas.
Os próximos passos incluem os testes em mais animais e, em caso de sucesso, poderá ser criada uma terapia com base nestas conclusões para ajudar milhares de candidatos a transplantes em todo o mundo.