De Halifax, na Costa Leste do Canadá, a Victoria, na Costa Oeste do mesmo país, vão 6049 quilómetros pelo caminho mais direto. São, pelo menos, seis dias de viagem de carro, eventualmente, com algum excesso de velocidade pelo meio, que seguramente darão para pôr a conversa em dia com o hitchBot, o robô que, além de pedir boleias à beira da estrada consegue manter uma conversação simples.
Houve tempos em que as autoridades aconselhavam a não dar boleias a desconhecidos. Os mentores do hitchBot, estão apostados a colocar a questão ao contrário: quantas pessoas estão dispostas a dar uma boleia a um robô? Que grau de confiança as pessoas conseguem depositar num autómato? É com expectativa que os investigadores das universidades de McMaster e Ryerson aguardam pela resposta que os condutores virão a dar a esta questão. E para isso definiram um plano de viagem para este robô das boleias, que apenas fixa ponto de partida (Halifax) e ponto de chegada (Victoria).
Os percursos dependem da boa ou má vontade dos condutores – e, no limite, o autómato até poderá vir a sair para fora do país, através de uma das estradas de ligação ao norte dos vizinhos EUA, recorda o Daily Mail.
A viagem deverá ter início a 27 de julho, quando o robô, que tem a dimensão de uma criança de seis anos, for abandonado à beira da TransCanada, a autoestrada que atravessa as duas costas do país.
Além de manter uma conversação básica através aplicações de inteligência artificial que recolhem informação junto da Wikipédia e redes sociais, o robô que anda sempre de polegar espetado para o céu dispõe de ligações 3G e GPS que permitem comunicar a localização ao longo do tempo.
Além das pretensões a estrela das redes sociais com a publicação de “pensamentos” e localizações do dia, o robô deverá dispor de inteligência suficiente para pedir aos condutores uma ligação ao isqueiro elétrico, sempre que chega a hora de carregar a bateria.
Quem quiser respeitar o código da estrada e evitar avarias pode ficar descansado: o hitchBot está equipado com um “banquinho de criança”, que pode ser preso com o cinto de segurança.