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O estudo publicado na revista Nature descreve a investigação com os três voluntários que têm várias partes dos crâneos retiradas devido à epilepsia agravada. Os cientistas de Stanford implantaram elétrodos diretamente na superfície do cérebro dos voluntários e recolheram leituras que não são possíveis de captar com métodos mais convencionais.
Com esta oportunidade, os investigadores aproveitaram para estudar o sulco interparietal (IPS, da sigla inglesa) durante um longo período de tempo. Esta área do cérebro é a responsável pelo processamento numérico e a equipa conseguiu ver como os neurónios trabalham num ambiente real. Nos testes, a atividade no IPS disparou quando os pacientes viam questões relacionadas com números e mantinha-se estável noutros cenários, como conversas com familiares ou enfermeiros ou a ver TV.
Sem verem ao vivo o que os pacientes fizeram durante o dia e apenas a analisar as leituras registadas pela eletrocorticografia,os cientistas conseguiram identificar quando é que os voluntários lidaram com quantidades ou falaram ou ouviram números.
«Apenas conseguimos perceber que os pacientes estavam a pensar em números e não sabemos quais os números em que eles pensaram em concreto», explica o John Parvizi, um dos elementos da equipa que conduziu o estudo.