O artigo publicado no jornal científico Advanced Functional Materials dá a conhecer a existência de ferroeletricidade num aminoácido conhecido por Glicina. As propriedades agora descobertas prometem tornar a Glicina numa substância útil para produzir equipamentos bioeletrónicos e memórias, que tiram partido da inversão de polarização elétrica (ferroeletricidade) para gravar dados e informação.
Um comunicado da Universidade de Aveiro refere que a ferroeletricidade da Glicina, o mais simples dos aminoácidos que já foi detetado em moluscos marinhos e no tecido mole de mamíferos, pode abrir caminho ao aparecimento de vários “medicamentos elétricos”. E dá como exemplo o desenvolvimento de dispositivos que anulam as propriedades elétricas das artérias para assim evitar a acumulação de colesterol em demasia, ou de memórias biológicas capazes de ativar pequenos implantes que se encontram no interior do corpo humano.
A equipa liderada por Andrei Kholkin, uma das referências mundiais na investigação da ferroeletricidade em tecidos orgânicos, recorreu à modelação computadorizada para compreender em que condições as moléculas da Glicina mudam de polarização quando em contacto com um determinado campo elétrico.