Formado por germânio, antimónio e telúrio, o GST tornou-se conhecido por ser usado nos discos DVD – mas pode muito bem garantir um lugar na história da ciência por dar uma ajuda no desenvolvimento de computadores que funcionam como cérebros humanos.
Nas Universidades de Exeter, Reino Unido, e de Stanford, EUA, investigadores acabam de anunciar o desenvolvimento de neurónios artificiais e, não menos importante, de sinapses artificiais, que à semelhança das que existem nos cérebros humanos, permitem interligar os neurónios.
Tanto num caso como noutro, os investigadores tiraram partido das propriedades do GST, cuja estrutura molecular passa do estado cristalino para o estado amorfo quando exposta ao calor, informa a NewScientist.
É esta mesma propriedade que permite armazenar vários GB de informação num DVD – só que os investigadores conseguiram ainda ir mais longe, explorando os vários graus de transformação que o calor provoca no GST, o que permite aumentar exponencialmente a capacidade de armazenamento de dados.
Com a famosa liga usada nos DVD, os investigadores conseguiram ainda replicar o comportamento dos neurónios no que toca ao envio de informação para outros neurónios e criar sinapses, que além de artificiais, também são dinâmicas, permitindo dar relevo às "comunicações" de alguns neurónios sobre as "comunicações" de outros.
Além de serem criados a partir de uma liga já conhecida, os neurónios e as sinapses de GST têm a virtude de poderem ser usados no desenvolvimento de computadores que não só têm capacidade de aprendizagem como consomem pouca energia.
Segundo os investigadores, seria possível criar uma máquina com 10 mil milhões de sinapses artificiais (as atuais têm cerca 75 nanómetros) com uma potência de 10 Watts – bastante menos que os 1,4 MegaWatts exigidos a um supercomputador da atualidade que tenha a "veleidade" de tentar replicar cinco segundos da atividade de um cérebro humano.