A Força Aérea dos EUA e a administração de Donald Trump anunciaram que o F-47 NGAD vai estar a cruzar os céus até ao fim da década, pondo fim aos rumores sobre o futuro do projeto no qual se trabalhou no sucessor dos caças F-22 Raptor. O novo avião de combate pretende reforçar a capacidade militar aérea dos EUA e vai ser desenvolvido apesar dos cortes nos orçamentos federais.
O NGAD começou a ser desenvolvido em 2016, tendo a Força Aérea e a DARPA já realizado voos de teste com um protótipo nos últimos cinco anos. Os militares explicam ainda que as novas técnicas digitais e a arquitetura proprietária do governo aceleraram o desenvolvimento de um projeto que já está numa fase bastante adiantada.

O novo avião vai usar tecnologia de ponta que lhe permite ser mais furtivo e vai ter asas em forma de diamante para minimizar a deteção por radares, além de ser construído com materiais avançados de absorção de radar e ter capacidades de guerra eletrónica. As melhorias no motor permitem atingir velocidades acima do Mach 1 sem uso de propulsores posteriores e a energia elétrica remanescente vai poder ser canalizada para armas como lasers ou fluxos de micro-ondas, assim como para o lançamento de mísseis hipersónicos.
Já a capacidade acrescida de combustível permite-lhe ser usado em operações de longo alcance na região do Indo-Pacífico e a fusão de Inteligência Artificial com sensores vai permitir transformar este avião numa plataforma de combate capaz de tomar decisões em tempo real em contexto de batalha.
O contrato de cinco anos, avaliado em 19,6 mil milhões de dólares, cerca de 18 mil milhões de euros ao câmbio atual, foi adjudicado à Boeing e não à Lochkeed Martin, que desenvolveu os atuais F-22 Raptor e F-35 Lightning II, o que causou também alguma surpresa, lembra o New Atlas. A Lockheed Martin conquistou a vanguarda desta corrida em 2001, com o concurso do F-35, mas volta agora a perder protagonismo.

Com a Boeing a passar por períodos difíceis, com cortes e atrasos nas entregas, é possível que a Lockheed ainda venha a ser assignada a este projeto como subcontratada, juntamente com outras empresas, para assegurar a capacidade de produção e os ciclos de fabrico.
Estima-se que o custo de produção do F-47 chegue aos 300 milhões de dólares, cerca de 277 milhões de euros, por avião, mas o secretário da Força Aérea dos EUA, Frank Kendall, revela a intenção de baixar os custos para 100 milhões de dólares, ao nível do F-35 Lightning II.