A NHTSA (National Highway Traffic Safety Administration) é a entidade responsável por regular e fiscalizar a segurança rodoviária nos Estados Unidos. Mais recentemente, este departamento tem estudado com detalhe questões relacionadas com tecnologia de assistência à condução. E é neste âmbito que foi apresentado um relatório com dados sobre acidentes rodoviários, que envolveram carros equipados com sistemas de condução autónoma ou semiautónoma.
O relatório foi dividido em duas secções: carros com sistemas de automação da condução até nível 2 e carros com sistemas de nível 3 a 5. Recorde-se que, nesta escala, são considerados 6 níveis de automação à condução, desde o nível 0 (sem qualquer apoio) ao nível 5 (condução autónoma total).
O nível 2, considerado de automação parcial, inclui tecnologias de apoio, que permitem ao veículo controlar a direção e a velocidade sob monitorização do condutor humano. Este é o nível mais avançado permitido na Europa (em carros comerciais), estando disponível em automóveis que são capazes de se manter na faixa de rodagem e controlar a velocidade de modo a manter a distância de segurança para o veículo da frente. O nível 3 é normalmente considerado o primeiro nível de condução autónoma, já que o carro tem capacidade de detetar e interpretar o ambiente que o rodeia e efetuar a maioria das tarefas de condução, embora ainda seja necessário ter um condutor humano a monitorizar a condução, preparado para intervir sempre que necessário.
Tesla na frente
No primeiro grupo, carros com automação da condução até nível 2, a Tesla foi a marca que mais esteve envolvida em acidentes nos Estados Unidos, totalizando 273 ocorrências registadas pela NHTSA. Em segundo lugar, a grande distância, ficou a Honda, com 90 acidentes. A Subaru fecha este pódio, com 10 acidentes. Atenção que a NHTSA apresentou apenas números totais de acidentes sem indicar relações como acidentes por cada quilómetro percorrido. A própria NHTSA reforça que os valores apresentados não devem ser interpretados como indicativos dos níveis de segurança das marcas. Por exemplo, é sabido que um grande número de Tesla vem, de fábrica, com sistemas considerados de nível 2, o que, cruzando com o grande número de vendas, faz com que seja provável que a marca de Musk tenha muito mais carros e quilómetros percorridos com nível 2 do que as restantes marcas.
No que concerne a condução de nível 3 ou superior, trata-se de carros normalmente envolvidos em investigação e desenvolvimento. O que torna natural que seja a Waymo LLC, a marca que há mais tempo tem carros na estrada a testar a condução autónoma, a liderar a tabela do número de acidentes. Curiosamente, segundo os mesmos dados, a Apple já esteve envolvida num acidente, assim como a Tesla. O que parece indicar que os Tesla equipados com as versões beta da Condução Autónoma Total são reconhecidos como carros com capacidade de condução autónoma pela NHTSA.
O relatório da NHTSA inclui a distribuição dos acidentes e, como seria de esperar considerando a localização dos centros de desenvolvimento das marcas, a grande maioria dos acidentes ocorreu na Califórnia: 90 acidentes.