O Altice Labs, um dos maiores centros de desenvolvimento tecnológico do país, celebrou o sexto aniversário com a presença de Elvira Fortunato, Ministra de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, do Co-CEO do Grupo Altice, Alexandre Fonseca, e Ana Figueiredo, presidente executiva da Altice Portugal. Deste centro de desenvolvimento, dirigido por Alcino Lavrador, já saiu tecnologia que é utilizada por mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo.
No discurso de abertura, Ana Figueiredo reforçou a importância do ecossistema de parceiros, que inclui universidades, hospitais, instituições sociais e empresas. A CEO da Altice Portugal recordou como o setor da saúde conseguiu um desenvolvimento muito rápido nos últimos dois anos: “foi um setor que lutou, que inovou e que se transformou”. O que serviu de mote para o anúncio que os Altice Labs estão focados no desenvolvimento de tecnologia para as áreas da saúde e bem-estar, apresentando demonstrações de algumas das tecnologias em desenvolvimento.
Tecnologias em desenvolvimento na área da Saúde
Os Altice Labs desenvolvem uma série de tecnologias, sobretudo nas área das telecomunicações. A saúde e bem-estar são as novas áreas estratégicas para estes laboratórios. Até porque é sabido que a tendência para o envelhecimento da população vai exigir novas soluções tecnológicas para apoio remoto. Aqui ficam as soluções em desenvolvimento destacadas pela Altice.
Medigraf
Plataforma que permite uma ligação segura entre médicos com capacidade para “análise colaborativa de meios complementares de diagnóstico”. O Centro Hospitalar do Baixo Vouga, um dos parceiros da Altice Labs Juntos, demonstrou as potencialidades do “Medigraf Augmented Telemedicine”, um sistema que permite praticar telemedicina com recurso à Realidade Mista. De acordo com a Altice, “a formação de profissionais de saúde, in loco ou à distância, é um dos objetivos deste tipo de cenários que, sendo suportado numa rede privada 5G desenvolvida pela Altice Labs, assegura todas as condições de baixa latência, segurança e elevado débito que cenários deste tipo exigem.
SmartAL
Esta é uma plataforma de “assisted living”, “que permite a recolha de dados através de dispositivos médicos sem fios, da sensorização de espaços, ou mesmo nas pessoas, através de wearables”. Na demonstração, o CINEMAT, laboratório da Universidade Nova de Lisboa com projeto de sensores de grafeno, e a TMG, com os seus tecidos inteligentes, recorreram a interfaces rádio desenvolvidas pela Altice Labs para enviar a informação recolhida pelos sensores para a plataforma SmartAL. O que permite adicionar “novas perspetivas de informação ao perfil dos monitorizados” e “construir um ecossistema de saúde digital onde a telemonitorização aliviará a pressão sobre os hospitais e a prevenção fomentará o bem-estar dos cidadãos, fazendo-os viver com mais e melhor saúde e promovendo um acesso mais justo aos cuidados de saúde de toda a população”.
Para aproveitar melhor esta solução, foi apresentado um robô que atua como um companheiro que pode apoiar, por exemplo, “na toma de medicação e disponibilização de pequenos objetos”.
5G e Realidade Mista para cirurgia remota
Depois da primeira operação a um cancro na mama feito na Fundação Champalimaud, cuja reportagem pode ver no Exame Informática TV que estreou no passado domingo na SIC Notícias, a Fundação Champalimaud e a Altice Labs promoveram uma segunda cirurgia supervisionada remotamente entre dois cirurgiões, um presente em Aveiro e o outro no bloco operatório da Fundação, em Lisboa. Equipado com óculos de realidade mista conectados a uma ligação de rede Privativa 5G desenvolvida pela Altice Labs, o cirurgião local transmitiu em direto todo o procedimento, com o segundo cirurgião a apoiar e supervisionar a cirurgia remotamente em tempo real.
Inteligência Artificial para melhorar o diagnóstico
Usar a IA para apoiar o diagnóstico foi outra das demonstrações feitas em Aveiro. A Altice Labs associou-se ao Centro Cirúrgico de Coimbra na aplicação de uma técnica de Inteligência Artificial (IA) e machine learning (ML) ao diagnóstico de patologias oculares, “numa primeira fase com foco no glaucoma ocular”. Os especialistas do centro cirúrgico, “utilizando equipamentos de última geração, obtêm dados completos de diagnóstico ocular dos pacientes e a Altice Labs desenvolve os algoritmos e mecanismos de diagnóstico automático partindo de imagens oculares e exames complementares associados”. Ainda de acordo com a informação da Altice, “esta parceria possibilita a sua rápida utilização para o diagnóstico precoce, encaminhamento, estratificação de risco, prognóstico e análise da evolução da patologia”.
Altice International Innovation Award
A celebração do sexto aniversário serviu, ainda, para a apresentação da 6ª edição do Altice International Innovation Award, que, segundo a empresa de telecomunicações é o maior prémio monetário atualmente atribuído em Portugal, na área da inovação tecnológica.
A edição deste ano tem como novidade a possibilidade de aceitar candidaturas provenientes de qualquer país da União Europeia, “tanto para a categoria startup como INCLUI, esta apadrinhada pela Fundação Altice”. A edição de 2022 terá como país convidado a Irlanda.
O Altice International Innovation Award tem por objetivo distinguir: “empreendedores e startups em fase de incubação (até três anos); estudantes de doutoramento; projetos inclusivos que visem a disponibilização de tecnologias de informação e comunicação e de soluções tecnológicas de acessibilidade ao serviço dos cidadãos, particularmente dos que são portadores de necessidades especiais”.
São três as categorias em concurso: a “Inclui” terá como prémio €20.000; a “Startup” receberá um prémio de €50.000; vencedor da categoria “Academia” será premiada com €25.000.
As candidaturas podem ser submetidas até 23 de setembro em www.alticelabs.com/site/innovationaward/. A Altice recorda que, desde 2016, o Altice International Innovation Award já recebeu quase 400 candidaturas e distribuiu prémios num valor superior a €365.000.