A ideia, o produto e o mercado
Para se conseguir convencer os investidores de que se tem em mãos um negócio que pode vir a crescer de forma muito rápida, é necessário ter “um produto altamente diferenciado, muitíssimo melhor do que a concorrência”, considera Stephan Morais. O managing general partner da Indico Capital afirma ainda que convém ter “um enorme mercado-alvo global para o produto”. Além disso, Gonçalo Cruz, presidente da Platforme, defende que “a primeira grande base é ser uma empresa orientada para um grande potencial, um grande mercado: os investidores vão sempre preferir alguém que faça uma coisa proporcionalmente pequena num mercado gigante, do que alguém que é monopolista num mercado minúsculo”.
Ir “all in” e preparado para dificuldades
“O primeiro conselho é: quando forem fazer uma startup, tem de ser all in!”. Palavra de unicórnio. Essa é a primeira dica que Tiago Paiva, fundador e presidente da Talkdesk, atira quando se trata de ter sucesso no árduo mundo do empreendedorismo. “Empreender não é fácil e não é para qualquer um. Vão encontrar sempre muitas dificuldades e, acima de tudo, é preciso resiliência”, avisa Pedro Mello Breyner, executive board member da Portugal Ventures.
O plano de negócios
É o documento-chave para provar aos investidores que a empresa merece ser uma aposta. Além de a estratégia ter de ser clara, deve ser realista. E os compromissos assumidos perante os investidores são para cumprir. O grande conselho que Rui Ferreira deixa aos líderes das startups é que “cumpram o business plan que prometeram no momento do investimento”. O executive vice-president da Portugal Ventures revela que “o mais comum é existir excessivo otimismo” e que os empreendedores devem ter “uma boa dose de realismo”.
A equipa e os investidores certos
Sem a equipa e os investidores adequados, dificilmente se chegará ao sucesso. Stephan Morais indica que as empresas com potencial devem ter “uma equipa de grande qualidade, ambição e, ao mesmo tempo, com a humildade de poder trabalhar em parceria com os investidores que são seus sócios”. Gonçalo Cruz acrescenta a importância de se ter uma equipa forte e que tenha capacidade de fazer essa prova de força e a disponibilidade para se entrar em várias conversações até se encontrar os investidores mais adequados para a empresa.
Pensar global
Dificilmente se conseguirá entrar nos campeonatos que dão acesso à liga dos unicórnios se não se sair fora de portas. “Não fiquem só em Portugal”, aconselha Tiago Paiva. O líder da Talkdesk realça que nos EUA há muitos apoios e oportunidades de parcerias. Não é por acaso que os unicórnios portugueses têm mudado os seus quartéis-generais para o outro lado do Atlântico e, quando equacionam a ida para a bolsa, a prioridade é Nova Iorque. Também Paulo Rosado, fundador e CEO da OutSystems, recordou como foi importante para a empresa entrar em parcerias e programas de cooperação com universidades norte-americanas.