Chega em passo apressado, de olhar decidido e sorriso aberto, pedindo desculpa pelo atraso – os minutos que tinham passado da hora marcada nem sequer configuraram um atraso, na verdade. Encarou a máquina fotográfica com surpresa – “nem me maquilhei”, atira com uma gargalhada –, mas também com determinação, tal como, aliás, parece ter enfrentado as várias tarefas e os muitos desafios que lhe apareceram ao longo da vida. Aos 45 anos, Nelma Fernandes é a primeira mulher à frente da Confederação Empresarial da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CE-CPLP) e já pôs uma série de engrenagens a funcionar. Muitas delas, considera, já deviam estar em velocidade de cruzeiro. Nelma, porém, gosta pouco de perder tempo a pensar no que não está feito e tem os olhos postos no futuro – um futuro que passa pela afirmação dos países da CPLP no mundo. Afinal, nota, o atual momento e os desafios geopolíticos dos últimos anos são uma oportunidade que não se pode perder. Em 2024, a CE-CPLP celebra duas décadas de existência, e a empresária quer garantir que a instituição vai celebrá-las com o sucesso que merece.
“Considero a CE-CPLP um instrumento completamente necessário a esta comunidade. Estamos a falar da maior rede empresarial, que engloba nove países. Na direção da CE-CPLP estão as maiores câmaras de comércio desses Estados. A título de exemplo, Portugal está com a Câmara de Comércio e Indústria, Angola com a Câmara de Comércio e Indústria de Angola, o Brasil com a Funcex, Moçambique com a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), portanto, quando falamos de uma comunidade que tem nove países-membros e 29 países observadores, estes países observadores não vêm para a nossa comunidade para falar português, vêm a olhar para o que é o nosso potencial económico. Ora, esse potencial económico tem de ser, obrigatoriamente, trabalhado”, atira.
O que move o mundo económico senão o setor privado?
