O dia 1 de janeiro de 2024 marcará o início de uma nova era no Palácio de Seteais. Quase 70 anos depois, a marca Tivoli desaparece totalmente do edifício para dar lugar à do Grupo Valverde – dono do Valverde Hotel, em Lisboa, e do Valverde Santar Hotel & Spa, em Santar.
O edifício estava, desde 1955, concessionado à rede Tivoli para exploração depois de, em 1952, o Ministério das Obras Públicas ter aprovado a adaptação do monumento público para unidade hoteleira.
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E nem a mudança de donos da marca de hospitalidade – em 2016, com a queda do Grupo Espírito Santo, então dono da marca Tivoli, esta passou para os tailandeses da Minor Hotels – tinha obrigado a concurso público.
Mas o fim do período de concessão fez com que vários grupos se posicionassem para ficar com a exploração do Palácio durante as próximas três décadas. Oito deles foram convidados a entregar propostas vinculativas, segundo informação da Parques Sintra, entidade que gere o Palácio de Seteais. Foram elas a Sonae Capital, o Grupo Pestana, a Visabeira, o grupo Valverde, a Fladgate Partnership, a Faria Coutinho, Carrilho de Almeida Investimentos Imobiliários e o Minor Hotels.
O Grupo Valverde, liderado por Pedro Mendes Leal, que concorreu num consórcio do qual faz parte também o antigo presidente do Sporting, Godinho Lopes, vai pagar uma renda de €18,5 milhões pelos 30 anos de concessão – cerca de €600 mil por ano – e deverá alocar mais de €22 milhões a obras de recuperação. O contrato de concessão foi assinado este mês, e é esperado que a operação não sofra paragens significativas enquanto a unidade muda de mãos. Parte da equipa operacional também deve manter-se.
Recorde-se que o Grupo Valverde abriu este verão uma unidade na região do Dão, em Santar, na antiga casa das Fidalgas, o que representou um investimento na ordem dos €8 milhões. Menos de três meses após a abertura da unidade hoteleira, a Relais & Châteaux anunciou que o Santar Valverde passava a pertencer à exclusiva rede internacional, tal como já acontecia com o Valverde Hotel, em Lisboa.
A EXAME falou, na altura da inauguração da Casa das Fidalgas ao público, com Pedro Mendes Leal e, já na ocasião, tinha dado conta de que podiam estar outros projetos na mira do empresário.
O Palácio de Seteais vem assim reforçar a presença do grupo hoteleiro no mercado português, e concretamente na região de Lisboa. Tudo indica que o projeto de recuperação e remodelação do edifício deverá ficar nas mãos do ateliê Bastir, que foi o responsável pelas outras unidades do grupo.
Contactado pela EXAME, o grupo Valverde não quis prestar declarações sobre o assunto.