Alenda da cidade de Numância tem várias versões, mas há algo em que todas elas coincidem: os habitantes da cidade, que já então produzia vinhos para a Roma Antiga no longínquo ano 133 a.C., terão resistido estoicamente a um cerco de 11 meses das tropas romanas, e preferiram acabar com as suas vidas a render-se perante os invasores. Conta-se que a cidade foi queimada, ainda que haja também versões da lenda que dão conta de canibalismo entre os habitantes antes do Juízo Final. Qualquer que tenha sido a escolha para um fim claramente trágico, a mensagem é clara: render-se, jamais.
É mais ou menos isso que os vinhos da Adega Numanthia, fundada nos anos 1990, também nos mostram, e têm reforçado com o passar dos anos. Construída por dois irmãos, quando Toro ainda não era Toro – que é como quem diz, a região não tinha sido ainda descoberta por pessoas com muito dinheiro e muita ambição que a transformaram numa das mais famosas regiões vitivinícolas de Espanha –, a Numanthia foi, entretanto, comprada pelo grupo LVMH. E, quando Robert Parker deu ao topo de gama Termanthia 2004 uns incontestados 100 pontos, a fama da casa disparou.