O gigante automóvel Stellantis quer investir mais de 30 mil milhões de euros em modelos elétricos e software até 2025. Nos planos está a construção de cinco novas “gigafábricas” de baterias na Europa e nos EUA.
A revelação foi feita esta quinta-feira pelo CEO do grupo, o português Carlos Tavares, numa conferência de imprensa internacional, na qual o gestor afirmou que a empresa “entra agora em velocidade cruzeiro na eletrificação dos seus modelos”.
“Nós adoramos a competição. E este período de transformação que vivemos é o ideal para recomeçar de novo e iniciar uma nova corrida”, disse.
A Stellantis foi formada no início deste ano através da fusão da PSA, que controla a Peugeot, a Citroen e a Opel, com a FCA, que engloba a Fiat, a Chrysler, Lancia, Alfa Romeo, entre outras. Ao todo o grupo detém 14 marcas de automóveis e é o quarto maior fabricante mundial de automóveis.
Carlos Tavares informou ainda que a aposta no desenvolvimento de novas baterias será crucial para o grupo, pois conseguirá reduzir significativamente o preço final dos veículos elétricos. O gestor prevê que os custos de fabrico das baterias baixem 40% até ao final de 2024, e de 60% até 2030, face ao seu custo atual. Este é um dos fatores mais importantes para tornar os veículos elétricos mais competitivos. Atualmente, cerca de um terço do preço final de um veículo 100% elétrico é para pagar as baterias.
Para além da redução dos custos, o desenvolvimento destas gigafábricas tem também como objetivo aumentar a sua autonomia.
O gestor disse que os novos modelos conseguirão rodar até 800 quilómetros sem ser necessário recarregar as baterias. Neste âmbito, a empresa quer ainda ter modelos que, em média, consigam, por cada minuto ligados à tomada, carregar energia suficiente para rodar 32 quilómetros. OU seja, basta dez minutos num carregador rápido para atingir uma autonomia de 320 quilómetros. Este investimento avultado será ainda focado no desenvolvimento de novo software para estes veículos.
“O nosso compromisso com este plano de investimentos de 30 mil milhões de euros é oferecer veículos icônicos, com um bom desempenho, conforto e com uma autonomia que encaixe no dia-a-dia dos nossos clientes”, salientou o gestor.
A Stellantis pretende que todos os seus modelos tenham, pelo menos uma opção elétrica até ao final de 2030, com o objetivo de que este tipo de veículos represente 70% das vendas totais do grupo na Europa e 40% os EUA. “A nossa estratégia de eletrificação é, talvez, um dos passos mais importantes no futuro da Stellantis, apenas seis meses depois do seu nascimento”, afirmou Carlos Tavares.