“Este ano não há fee de entrada em qualquer uma das provas”, garante à EXAME fonte oficial do Ministério da Economia. Ou seja, o Estado não vai arcar com mais investimento para além daquele que estava previsto para a recuperação da pista.
A verdade é que muitas contas têm sido feitas às provas desportivas que Portugal vai receber nos próximos meses no Autódromo Internacional do Algarve (AIA), em Portimão, sendo que entre as que mais preocupam os contribuintes estão as relativas à taxa de entrada, que na Fórmula 1 ronda os €30 milhões – para o Moto GP são €10 milhões.
Os valores têm sido apontados repetidas vezes pela imprensa, e ainda este fim-de-semana Paulo Pinheiro voltou a comentar estes números, reiterando que são custos imputados ao Estado. Em declarações à agência Lusa, o responsável pelo AIA referia que estas provas “obviamente que não [são rentáveis], nunca. MotoGP e Fórmula 1 valem pelo impacto económico que trazem aos países onde decorrem as provas e pela exposição mediática que dão. Para o país e para a região é fantástico, para o circuito não. É para o bem público. E como é para o bem público, o que acontece em todo o lado é que é o Estado que paga o ‘fee’ (taxa) de entrada da prova. Porque o retorno que vai receber é muito superior. É um investimento, não é um custo”, realçou na ocasião.
Em julho a EXAME já tinha questionado os responsáveis governamentais sobre este pagamento de uma fee de entrada nos campeonatos desportivos, na impossibilidade de entrar em contacto com Paulo Pinheiro. No entanto, fontes oficiais explicaram na ocasião que ainda não havia informação sobre esse assunto.
Agora, as mesmas fontes oficiais garantem que o apoio governamental à prova não vai superar os €1,5 milhões de euros – pagos através do Turismo de Portugal – que a EXAME já tinha noticiado, e que será usado para voltar a asfaltar a pista do autódromo.
A portuguesa Tecnovia é a responsável pela empreitada, que começou no final da semana passada, confirmou à EXAME fonte próxima do processo, depois de várias semanas de negociações e atrasos no início das obras, para serem cumpridas todas exigências da FIA.
Impacto positivo
Em agosto, em entrevista à EXAME, a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, reforçou o otimismo em torno do retorno financeiro destas provas desportivas, que gostava que Portugal conseguisse manter. O Grande Prémio de F1 deverá representar um impacto positivo de €30 milhões para a região do Algarve, espera a tutela, numa altura em que o Turismo foi particularmente penalizado pela pandemia.
Estes números, no entanto, estão sempre dependentes da evolução da situação epidemiológica e do número de espetadores que seja efetivamente permitido no Autódromo.