O terminal de gás natural da REN em Sines registou novos máximos de movimentação de navios de transporte de gás natural liquefeito (GNL) no ano passado, processando em média mais de um navio por semana, num ambiente de forte concorrência e de preços baixos nesta fonte de energia. As instalações funcionaram em pleno.
“A atividade está a crescer bastante. Foi um ano recorde,” classificou Rodrigo Costa, o CEO da empresa que gere as redes nacionais de energia. “Há três ou quatro anos nunca diríamos que íamos ter 64 manobras portuárias com barcos [de transporte de gás natural] aqui, uma média de mais de um barco por semana.”
De acordo com o responsável – que falava aos jornalistas esta quarta-feira em Sines durante uma visita ao porto do secretário norte-americano da Energia, Dan Brouillette -, a quase totalidade (90%) do gás natural que é consumido em Portugal chega através de Sines, por via marítima. E um quarto do volume anual que é ali processado já chega de um único país, os Estados Unidos.
Sem avançar números concretos da atividade, o responsável disse que os tanques de armazenamento de gás neste terminal, REN Atlântico, “estiveram em pleno” durante o ano passado, muito próximo do máximo que se pode utilizar. “Não há capacidade, com esta infra-estrutura, de ter muito mais atividade. Temos espaço, se for um dia necessário, para expandir. E capacidade para adaptar ao recurso a hidrogénio para misturar com o gás natural,” acrescentou. Recorde-se que o Governo anunciou no final de 2019 a criação de uma fábrica de hidrogénio em Sines, numa estratégia que será liderada por investidores portugueses e holandeses.
Nas instalações do terminal de Sines, a REN recebe e faz a descarga de navios metaneiros, recorrendo a três tanques de armazenamento com 390 mil m3 de capacidade. Dali o GNL passa por instalações de processamento, sendo submetido a regaseificação e introdução na rede nacional de transporte de gás natural, segundo informações da página oficial da empresa.
“Acreditamos que o gás natural vai continuar a ter um papel muito, muito importante nos próximos anos para ajudar a abastecer o País. O preço do gás é que determina se vai haver mais ou menos barcos, mais ou menos utilização dos gasodutos,” esclareceu Rodrigo Costa.
Os últimos anos foram marcados pelo aumento da produção de gás a nível internacional, com a entrada em força do gás de xisto – sobretudo dos EUA – nos mercados, o que conduziu à queda do preço do gás natural. Segundo a Energy Information Administration, além dos EUA, países como o Qatar e a Rússia aumentaram as suas exportações para a Europa no ano passado. E também o continente europeu registou recordes de importação.
“Como há bastante concorrência internacional, beneficiamos todos,” conclui o CEO da REN.