A gestora pública de fundos imobiliários Fundiestamo estima que sejam investidos 10 milhões de euros em obras através do Fundo Nacional para a Reabilitação do Edificado (FNRE) em cerca de 30 imóveis para criar 1 500 novas camas em residências universitárias públicas para aumentar a oferta de alojamento para os estudantes universitários deslocados no País.
A celebração dos primeiros protocolos para a criação desta capacidade está a ser preparada com as universidades de Lisboa, Évora, Coimbra, Porto, Aveiro e Trás os Montes e com os politécnicos de Leiria, Coimbra, além da Movijovem, refere em comunicado o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
O FNRE, fundo imobiliário público gerido pela Fundiestamo, vai reabilitar os imóveis devolutos do Estado, das autarquias, das Instituições de Ensino Superior públicas e outras entidades públicas e do terceiro sector. A reabilitação é financiada através do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS).
As entidades que pretendem que o seu património seja reabilitado recebem unidades de participação no fundo FNRE em contrapartida, na base das quais recebem o seu rendimento anual. Dentro do fundo são criados subfundos com duração de dez anos. “Desde junho, estão em curso dezenas de processos de colaboração e visitas técnicas entre instituições de ensino superior e a Fundiestamo, envolvendo ainda outras entidades, nomeadamente autarquias e organismos públicos,” lê-se no comunicado.
Atualmente, de acordo com os dados do levantamento realizado pelo ministério no âmbito do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior, 42,3% dos alunos das universidades e politécnicos estão deslocados das suas zonas de residência. As universidades de Trás os Montes e Alto Douro, Beira Interior e o Politécnico de Castelo Branco são os que têm maior percentagem de deslocados.
Os valores mais elevados de renda por metro quadrado de alojamento estão localizados nas regiões da Grande Lisboa (6,06 euros por metro quadrado), Madeira (5,51 euros), Algarve (5 euros) e Grande Porto (4,58 euros), sendo a mediana a nível nacional de 4,39 euros por metro quadrado.
Atualmente existem 33 instituições públicas de ensino superior com alojamento, que disponibilizam um total de 192 residências e de 15 370 camas e 9 075 quartos. As cidades de Coimbra, Lisboa, Porto e Aveiro são aquelas onde está concentrada a maior capacidade em termos de quartos.
Também o setor privado tem estado a movimentar-se neste campo do alojamento universitário, com várias multinacionais e family offices a apostarem na reabilitação de edifícios ou construção de raiz. De acordo com os projetos conhecidos até ao momento – e que podem ser consultados em pormenor na edição da EXAME do mês de setembro, já nas bancas – nos próximos cinco anos as três cidades com maior presença de estudantes universitários (Lisboa, Porto e Coimbra) poderão receber cerca de 5 000 novas acomodações em residências privadas, num investimento previsto de pelo menos 370 milhões de euros.