O antigo líder da Fiat Chrysler, o italiano Sergio Marchionne, morreu esta quarta-feira devido a complicações no pós-operatório. A morte do ex-CEO – que tinha sido substituído no cargo no fim de semana passado por motivos de saúde – foi avançada pela imprensa italiana.
Marchionne, de 66 anos, estava a recuperar há várias semanas de uma intervenção cirúrgica ao ombro numa clínica de Zurique, Suíça.
Nas mãos de Marchionne esteve, a partir de 2004, a transformação da Fiat, na altura à beira da falência depois de ter perdido mais de 6.000 milhões de euros em 2003, segundo a Bloomberg. Cinco anos depois, perante a crise financeira internacional, absorveu a norte-americana Chrysler, salvando-a da falência.
A reestruturação do negócio da Fiat e a venda de ativos permitiram multiplicar por dez o valor da empresa e, pelo caminho, levar a Ferrari, empresa que também liderava, à bolsa. Em 2015 Marchionne tentou aproximações à General Motors e no ano passado deixou no ar a possibilidade de participar em fusões no setor, nomeadamente com a Volkswagen, depois de a PSA ter comprado a Opel à GM. Nenhum dos dois cenários viria a concretizar-se.
Mike Manley, de 54 anos e até aqui aos comandos da Jeep, tinha sido designado no final da semana passada para suceder a Marchionne à frente da Fiat Chrysler. Há dois dias o neto de Gianni Agnelli, John Elkann, tinha escrito uma carta aos colaboradores do grupo a dar conta de que o estado de saúde de Marchionne o impedia de regressar à FRA “de forma irreversível.”
Marchionne começou a sua carreira no Canadá, na área da consultoria na Deloitte & Touche, e passou depois pela área industrial e pelo setor químico e farmacêutico. A entrada no universo da família Agnelli deu-se através da SGS, SA, onde conduziu com êxito a reestruturação da empresa, antes de chegar em 2004 à Fiat.