“As alterações demográficas, incluindo os fluxos migratórios, ocorridas em Portugal e noutros países da área do euro nos últimos anos tornam particularmente relevantes as comparações com base na evolução do PIB per capita”, escreve o banco central no seu mais recente Boletim Económico, publicado esta manhã. “O PIB per capita aumentou 2,9% em Portugal e 2,2% na área do euro, indiciando uma convergência real da economia portuguesa com o conjunto dos países do euro.”
O BdP explica que o dinamismo da economia nacional acompanha o resto da moeda única, notando que “na última década, a sincronização cíclica entre Portugal e a área do euro permaneceu elevada”. Ou seja, quando a Europa cresce, isso é uma boa notícia para o PIB português. No entanto, a crise económica – sentida mais em Portugal do que, por exemplo, na Alemanha – levou a um aumento do hiato do produto em Portugal face à Zona Euro. Isto é, Portugal ficou mais longe da sua capacidade máxima de produção do que a generalidade dos países da moeda única. Em 2017, essa maior dispersão aproximou-se dos níveis observados no arranque da união monetária.
“O maior dinamismo da atividade económica em Portugal em 2017 foi transversal aos principais setores de atividade e ficou a dever-se, sobretudo, ao crescimento mais acentuado das exportações e da formação bruta de capital fixo e, em menor grau, à ligeira aceleração do consumo privado”, acrescenta o Banco de Portugal. “Apesar da recuperação registada desde 2013, no final do ano a atividade económica em Portugal permanecia ainda 1,3% abaixo do nível observado em 2008, no início da crise financeira internacional.”