Em causa está a possibilidade de alienação da atividade da Caixa Geral de Depósitos naquele país e a constante “degradação da situação”, lê-se num documento da Intersindical FO/CFTC/CGT/CFDT a que a EXAME teve acesso. Os representantes dos trabalhadores pedem uma mobilização geral, pedindo que se faça meio-dia de greve para se proceder a uma Assembleia Geral que tem como objetivo discutir a atual situação do banco em França.
Recorde-se que faz parte dos planos do banco liderado por Paulo Macedo a alienação da atividade internacional como parte de um processo de restruturação acordado com Bruxelas, necessário tendo em conta os resultados menos positivos que da instituição nos últimos anos e o seu peso nas contas públicas – em 2017, a recapitalização da CGD pesou praticamente 2 pontos percentuais no défice, que se fixou nos 2,9 %, segundo as contas do Eurostat.
O presidente da CGD, ouvido na Comissão de Orçamento e Finanças no final do mês passado, defendeu a manutenção da atividade em França, salientando a sua importância para a comunidade portuguesa no país e garantido que iria “lutar por isso”. No entanto, em França os ânimos estão exaltados e a intersindical garante que não há sinais positivos a chegar de Lisboa, e que os funcionários não tiveram, sequer, acesso ao plano de reestruturação aprovado.
O documento dos sindicatos refere ainda a degradação das condições de trabalho e “as reuniões estéreis” com a direção do banco em França, que “procura apenas ganhar tempo” e aplica unilateralmente as decisões chegadas da casa-mãe.
É nesse sentido que os trabalhadores de todas as filiais da CGD estão convocados para meio dia de greve, durante o qual se realizará uma assembleia geral, em Paris, para discutir as condições de trabalho, as compensações dos funcionários e as garantias sobre a manutenção do emprego.
O mesmo documento a que a EXAME teve acesso pede aos funcionários que adiram em “elevado número” para que “o descontentamento seja levado a sério pela direção e por Lisboa”. Quanto aos trabalhadores dos balcões mais periféricos, a intersindical reconhece a dificuldade de conseguirem fazer-se presentes na AG, mas pede que não deixem de fazer greve para marcar uma posição.