Há cada vez mais aeroportos internacionais a usar tecnologia Vision-Box para gerir a circulação de passageiros. A empresa portuguesa já fez mais de cinco mil instalações e é hoje a principal referência mundial nos sistemas de controlo automatizado de fronteiras baseados em biometria facial, com uma quota de mercado de 50%. E na Europa já tem uma fatia de 70%. Por ano, há 200 milhões de passageiros que são controlados por esta tecnologia desenvolvida em Portugal. Só no sofisticado mercado norte-americano tem instalados 200 sistemas em 18 aeroportos. De resto, a tecnológica lusa tem procurado estar na crista da onda da inovação. Recentemente apresentou no aeroporto de Amesterdão o primeiro corredor biométrico para processamento de pessoas sem parar – o seamless gateway. O passageiro não precisa de interagir com a máquina, pois a verificação da identidade é feita em movimento.
A empresa foi fundada em 2001 por dois investigadores do ex-INETI, Bento Correia e Miguel Leitmann. Decidiram abandonar aquele organismo público para desenvolverem um sistema de recolha de dados biométricos para o passaporte eletrónico português e para o Cartão do Cidadão. Seguiu-se a aposta na automatização do controlo de fronteiras. Atualmente, a empresa está a entrar noutras áreas, que implicam a identificação de pessoas nos hotéis ou no aluguer de viaturas.
O crescimento do volume de negócios tem sido exponencial: em 2012 tinha faturado 10 milhões de euros e em 2015 atingiu 35 milhões de euros. Atualmente, com 300 trabalhadores, a Vision-Box tem uma rede de escritórios no Reino Unido, Holanda, Estados Unidos, Brasil, Emiratos Árabes Unidos e Austrália.
Bento Correia diz que a empresa vai manter uma trajetória de crescimento nos próximos anos, de forma a chegar ao “patamar dos 100 milhões de euros em poucos anos”, entrar em bolsa e poder ombrear com tecnológicas mundiais do sector que faturam acima de mil milhões de euros.
Este artigo é parte integrante da Exame de Junho de 2017