Américo Amorim, em primeiro lugar, Alexandre Soares dos Santos, em segundo, e a família Guimarães de Mello, encabeçada por Vasco de Mello, em terceiro, ocupam mais uma vez as posições cimeiras do ranking dos mais ricos de Portugal. A família Mello, que o ano passado estava em quarto, logo atrás de Belmiro de Azevedo, ascendeu ao top 3 porque as cotações em Bolsa das empresas do Grupo Sonae em nada favoreceram a contabilização daquele que já foi em tempos o homem mais rico de Portugal. Belmiro desceu, assim, para quarto lugar, abrindo caminho à subida de Vasco de Mello ao pódio.
Juntos, os três empresários mais ricos de Portugal possuem em património qualquer coisa como 6,5 mil milhões de euros. A riqueza conjunta dos 25 mais afortunados ascende a cerca de 15 mil milhões de euros, o equivalente a 8,3% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, que atingiu 179,4 mil milhões de euros em 2015. Ainda assim, este peso é ligeiramente inferior ao do ano anterior, uma vez que o acumulado deste património cresceu menos do que o PIB.
Em relação ao homem mais rico de Portugal, verifica-se que Américo Amorim está… ainda mais rico. Amorim foi o mais rico do país em 2008, quando ultrapassou Belmiro de Azevedo, e voltou a encabeçar o ranking em 2009, 2010 e 2011. Perdeu o primeiro lugar em 2012 para Alexandre Soares dos Santos, para voltar a ocupá-lo em 2013. Aí se mantém desde esse ano. Amorim tem, agora, uma fortuna avaliada em 3,1 mil milhões de euros, o que significa que está mais rico, já que no ano passado a fortuna situava-se em 2,5 mil milhões. Este desmpenho reflete o desempenho da Galp Energia em bolsa.
Já o líder da Jerónimo Martins, Soares dos Santos, viu a sua fortuna aumentar para mais de 2 mil milhões (contra os 1,8 mil milhões do estudo anterior), graças à valorização das ações da dona do Pingo Doce.
Por sua vez, a família Guimarães de Mello destronou Belmiro, mantendo a fortuna de 1,2 mil milhões de euros, com os investimentos no Grupo José de Mello, Brisa, CUF e Efacec.
A 12ª edição da lista dos mais ricos revela ainda que as fortunas mais estáveis são as que têm por base os grupos industriais, pois não andam tanto ao sabor do mercado, como acontece com as empresas cotadas em Bolsa. É disso exemplo a família Guimarães de Mello, que subiu uma posição no ranking, o empresário António da Silva Rodrigues, fundador do Grupo Simoldes, que manteve o seu quinto lugar, e o empresário Fernando Campos Nunes, do Grupo Visabeira, dono da Vista Alegre Atlantis, entre muitas outras empresas, que manteve a sétima posição.
Não foram registadas, este ano, grandes quebras de património, se bem que o empresário António Mota e as suas irmãs, que mantiveram a 17.ª posição na lista, tivessem descido o valor da sua fortuna, passando de 300 milhões de euros para 287 milhões, prejudicados novamente para queda das ações da Mota Engil, que cotavam a 1,71 euros em junho.
Os 10 mais ricos
1. Américo Amorim: 3071 milhões de euros (2484,2 milhões no ranking anterior, que já liderava)
2. Alexandre Soares dos Santos: 2078 milhões de euros (1763,2 milhões de euros no ranking anterior, quando já era segundo)
3. Família Guimarães de Mello: 1285 milhões de euros (1189,4 milhões de euros, subindo agora ao terceiro lugar no ranking)
4. Belmiro de Azevedo: 1150 milhões de euros (1382,5 milhões de euros quando estava em terceiro lugar no ranking)
5. António da Silva Rodrigues: 1115 milhões de euros (967 milhões de euros no estudo anterior, já figurando no quinto lugar)
6. Família Alves Ribeiro: 972 milhões de euros (663 milhões de euros, um dos maiores crescimentos de fortuna. Já ocupava o sexto lugar)
7. Fernando Campos Nunes: 561,9 milhões de euros (539,2 milhões de euros no ano passado, mantendo o lugar)
8. Maria Isabel dos Santos: 545,5 milhões de euros (448 milhões de euros anteriores, sobe de 9.º para 8.º lugar)
9. Fernando Figueiredo dos Santos: 545,5 milhões de euros (448 milhões de euros anteriores. Era 10.º lugar)
10. Dionísio Pestana: 480 milhões (506,6 milhões de euros em 2015. Perde fortuna e cai de 8º lugar para 10.º).
Metodologia
Para a realização deste estudo foram usadas todas as fontes disponíveis que pudessem contribuir com informação, como relatórios e contas (2014 e 2015), entrevistas a gestores, sites das empresas e do mercado, aplicando-se depois diversos critérios de avaliação, conforme as empresas em apreciação.
Para as empresas cotadas foram tidas em linha de conta as cotações das sociedades a 20 de junho de 2016, acontecendo o mesmo no caso das holdings de empresas cotadas. Nestas últimas utilizou-se o valor do mercado da casa mãe, pois as empresas por ela detidas não podem ser livremente negociadas. Nas holdings não cotadas foi aplicada a avaliação da soma das partes e nas sociedades do grupo foi aplicado, individualmente ou consolidado, o método dos múltiplos EV/EBIDTA, para assim se chegar à avaliação total.
Nas sociedades imobiliárias, o caminho utilizado foi o dos capitais próprios. As empresas da banca e dos seguros não cotadas foram calculadas através da utilização do PER do sector vezes o lucro. A avaliação pelos múltiplos dos EBIDTA reflete de uma forma mais realista o valor da empresa. Não foi possível avaliar a liquidez existente em contas bancárias dentro ou fora do país, bem como as suas dívidas pessoais. Foram excluídos do estudo os casos em que as dificuldades financeiras são do domínio público.