De há sensivelmente oito anos para cá os “casos” da banca de base portuguesa tornaram-se presença diária nas nossas vidas, e não pelos melhores motivos.
O princípio da decadência teve início em 2006. Em março desse ano, o BCP lançou-se numa aventura para comprar o BPI que correu mal e, conjugada com um processo de sucessão mal conduzido, atirou o banco para uma guerra visceral que fragilizou muito as suas estruturas e muitos dos seus acionistas. Com a crise internacional iniciada em 2007, os problemas agravaram-se de tal forma que foi inevitável pedir ajuda ao Estado Português, tal como teve de fazer o BPI. Os dois bancos viram o seu capital ser capturado por grandes acionistas, o que limitou a sua independência. A própria Caixa, fruto de erros vários, nomeadamente na compra de posições em empresas cotadas e empréstimos que correram mal, teve de pedir ajuda ao Estado, e pelo meio houve ainda a implosão do BPN, do BPP e a entrada do Estado no Banif.
Neste cenário negro, o BES destacou-se pela positiva ao conseguir evitar um pedido de ajuda ao Estado. Mas uma sucessão de polémicas levaram ao impensável, numa altura em que o setor financeiro começa a dar a volta por cima: a família Espírito Santo está dividida e estão a vir ao de cima “casos” que fazem lembrar os piores tempos da guerra no BCP. Teme-se o pior.
Este artigo é parte integrante da edição de maio da Revista EXAME