A função de CFO (“Chief Financial Officer”) numa empresa tem mudado ao longo dos anos, sendo agora uma função “mais exigente”, mas também “mais estimulante”, de acordo com um estudo apresentado por Luís Pedro Mendes, partner da EY, na entrega dos prémios das 1000 melhores Pequenas e Médias Empresas, iniciativa da Exame em parceria com a Informa D&B e a EY, e com o apoio da Ageas Seguros.
“O papel do CFO é muito diferente do que era. Existe uma centralidade maior nesta posição porque é o detentor dos dados internos e externos da organização”, começa por explicar Luís Pedro Mendes, apresentando o inquérito elaborado pela EY a mais de 1000 diretores financeiros de empresas em todo o mundo.
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O mesmo relatório mostra que 69% dos CFO inquiridos em Portugal – foram ouvidos cerca de 50 em território nacional – dizem que a função engloba mais tarefas do que antes e 27% almeja chegar à posição de CEO (“Chief Executive Officer”) da sua instituição. A função tem novos desafios pela frente, sendo que o maior deles é ter tempo para pensar de forma estratégica e gerir uma vasta gama de responsabilidades, desde o departamento de IT até ao dos Recursos Humanos.
Nos dias de hoje, saber fazer contas pode não ser o mais importante para exercer esta função. Prova disso, é que 66% dos inquiridos a nível global admite que podem contratar CFO com pouca experiência financeira, sendo que o grande foco passa a estar na análise de dados, incorporação de tecnologia e da inteligência artificial.
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“Em Portugal, ainda não estamos nesse patamar. Estamos num nível de maturidade muito inferior, mas o caminho será também esse”, explica o partner da EY, que acrescenta que a maior preocupação de metade dos CFO’s em Portugal, questionados para este estudo, passa pela contratação de talento – sendo este o maior foco na hora de contratar. “Há aqui leituras que se podem fazer sobre a escassez de talentos e a fuga de jovens talentosos para o estrangeiro”, diz.
Entre os diretores financeiros estrangeiros, a maior preocupação não é com a contratação de talento, mas sim com outros temas como a sustentabilidade e a otimização regulatória. Temas que, para os CFO portugueses, não estão no topo da agenda.