José Paulo Santos

Poeta, professor e formador
Opinião

Professores e a greve: Quatro dias de férias e um país de ilusões

“Os professores, que adoram fazer greves antes do fim de semana, continuam amanhã para terem quatro dias de fim de semana” — disse Miguel Sousa Tavares, na CNN, como quem revela um segredo de Estado. Ironia das ironias: afinal, a luta pela dignidade resume-se a um pacote turístico de 96 horas. Será esta a nova teoria da educação nacional?

Pessoas criativas têm quase o dobro da probabilidade de serem esquizofrénicas
Opinião
Exclusivo

Mundo em decadência? Entre a eficácia e o crepúsculo do humanismo

Educação, Cultura e Arte não são ornamentos: são estruturas de resistência. Sem pensamento, não há liberdade; sem liberdade, não há dignidade

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Os afetos de Espinosa e Montaigne no tempo da Inteligência Artificial

Num mundo onde se fala para vencer e não para compreender, a simples disposição para escutar o outro – com as suas contradições, com as suas feridas – torna-se um ato subversivo. A IA pode imitar a ternura, mas não pode habitá-la

Sabe mesmo o que aconteceu em 2015?
Opinião

A Filosofia não está à venda no mercado de algoritmos

Opinião

Tutores de IA? Vamos lá mas é acabar com as escolas!

A lógica é impecável. Se a educação é um custo e não um investimento, se o saber pode ser instantaneamente descarregado como um ficheiro e se aprender é apenas acumular dados, então sim: fechemos as portas das escolas, desliguemos os projetores, despejemos os livros nos contentores e deixemos os algoritmos cuidar da formação das novas gerações. Afinal, quem precisa de um professor quando se tem um chatbot com respostas “neutras”, “objetivas” e “imparciais”?

Opinião

A faca nas costas: Uma arma de massa civil

A maledicência, como todo o bom espetáculo, exige plateia: um ouvido complacente, um like, um “pois é, também reparei”, um “não me admira nada”. É nesse pacto mudo entre falador e ouvinte que a faca se afia — e as costas alheias, impiedosamente, se oferecem como alvo

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270 anos depois Lisboa ainda treme – e a democracia também

Voltaire viu com clareza: o medo gera fanatismo; a incerteza alimenta o desejo de certezas absolutas. Mas, em vez de ceder a elas, propôs outra via: a do trabalho paciente da razão, da crítica, da reforma gradual

Opinião

O espelho partido da Democracia: Narcisismo e a crise da representação política

O narcisismo político manifesta-se também na forma como certos líderes se relacionam com os media e com as redes sociais. A exposição constante, a necessidade de validação pública e a dramatização de cada gesto ou palavra revelam uma dependência do olhar alheio. O político narcisista não governa — representa

Opinião

Quando os adultos desaparecem, as crianças e jovens perdem o chão

O caso de Vagos não é apenas um drama judicial. É um espelho cruel. Nele vemos o que acontece quando a responsabilidade coletiva — dos pais, da família, da escola, da comunidade — se esfarela. Quando cada um espera que o outro cuide do que é de todos. Quando a paternidade e a maternidade se reduzem a funções biológicas ou logísticas, e deixam de ser atos contínuos de presença, de coragem, de amor exigente

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Bem-vindos à era da nowstalgia

Quando o medo do futuro nos faz viver no passado que afinal nunca existiu

Opinião

Entre o véu e a República: porque a burca não tem lugar nos espaços públicos portugueses

A liberdade religiosa é um direito fundamental — mas não absoluto. Quando entra em conflito com outros direitos fundamentais, como a igualdade entre homens e mulheres ou a segurança coletiva, exige-se equilíbrio. E nesse equilíbrio, o rosto descoberto não é um luxo: é uma condição mínima de dignidade, de reconhecimento, de pertença a uma comunidade de iguais

Pensar

As escolas podem ser jardins de sabedoria cruzada

O envelhecimento da classe docente não tem de ser uma tragédia. Pode até ser uma oportunidade para mudar o sistema de ensino. Como demonstram alguns exemplos no estrangeiro

Pensar

Educar é resistir – E resistir hoje é dizer: Até aos 13 sem redes sociais

A infância não é um território livre para algoritmos – é um santuário que os pais têm o dever de vigiar, como se vigia e cuida de um jardim

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Exclusivo

O orgulho de falar português

Quando um português parte para o Canadá, um brasileiro se estabelece em Portugal, um angolano leva a sua poesia para Paris ou um timorense ensina o português em Darwin, não está apenas a adaptar-se - está a expandir um universo simbólico

Pensar

O preço da proteção: quando o amor se transforma em exclusão

O discurso populista desloca a responsabilidade, a culpa. Aponta para quem é mais fraco, mais visível, mais fácil de estigmatizar