Discorre-se aqui sobre três elos que conduzem a uma questão inquietante.
No discurso que proferiu, no último dia 6, em Fafe, sua terra natal, na apresentação da sua candidatura às Presidenciais de janeiro de 2026, Marques Mendes desferiu uma certeira indireta ao protocandidato almirante Henrique Gouveia e Melo, que por agora lidera todas as sondagens. Puxando – e bem – dos galões da sua vasta experiência política, Marques Mendes disse: “O cargo de Presidente da República é eminentemente político. O tempo que vivemos nem aceita política sem princípios, nem recomenda política sem experiência. Não é tempo de aventuras, experimentalismos ou tiros no escuro.”
O segundo elo relaciona-se com o “retiro” de líderes da União Europeia (UE) promovido, no passado dia 3, pelo presidente do Conselho Europeu, António Costa, no Palácio d’Egmont, em Bruxelas, com a Segurança e a Defesa na agenda do debate “livre”, dadas as vicissitudes (para dizer o mínimo…) da atuais relações da Europa com a Administração Trump. Cálculos da Comissão Europeia revelam que são necessários investimentos adicionais na defesa de cerca de 500 mil milhões de euros durante a próxima década. Mas, para concretizar tais investimentos, os líderes da UE, entre a emissão de uma dívida comum e a flexibilização orçamental, não se entenderam. Presente no Palácio d’Egmont como convidado de António Costa, o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, atalhou-lhes caminho. Resumindo para encurtar razões, o antigo primeiro-ministro dos Países Baixos propôs que o investimento na Defesa se fizesse à custa do Estado Social.
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