Este fim de semana, a coorganizadora nacional da campanha europeia “My voice is my choice: Pelo aborto seguro e acessível” trouxe à conversa um novo número: “Só nas clínicas fronteiriças de Vigo e Badajoz (Espanha), foram contabilizadas 530 interrupções voluntárias da gravidez em 2023 [de mulheres portuguesas]”, disse à Lusa Diana Pinto, acrescentando: ” As dez semanas da lei portuguesa para recorrer à IVG são manifestamente insuficientes, frequentemente não cumpridas”.
Em Portugal, até às 10 semanas pode ser realizado um aborto a pedido da mulher, havendo uma consulta com ecografia, para datação da gravidez, seguindo-se um período de reflexão obrigatório de três dias. Não foi fácil chegar a esta lei. Desde 1976 que se tentava legislar o aborto por opção da mulher e foram precisos dois referendos – um em 1998, em que ganhou o “não”, embora a baixa participação não o tivesse tornado vinculativo; e outro em 2007, quando venceu o “sim”, já com as 10 semanas incluídas na pergunta.