O País virou à direita, o Chega tornou-se a força decisiva para fazer ou desfazer equilíbrios no Parlamento, Luís Montenegro ficou condenado a ter de formar um governo de maioria relativa, Pedro Nuno Santos escolheu rapidamente tornar-se líder da oposição e, no meio disto tudo, ninguém descarta que, lá mais para o final do ano, o País possa voltar a eleições – em busca, mais uma vez, de uma solução governativa estável, que agora parece impossível de ser alcançada. Em traços gerais, é este o resumo possível de umas eleições que foram convocadas para encontrar uma solução clarificadora e de estabilidade, após a queda abrupta da maioria absoluta de António Costa, mas que acabaram por cavar ainda mais o sentimento de incerteza e de imprevisibilidade em relação à governabilidade do País.
A noite eleitoral foi longa, mas, como se vê, está longe de terminar. Vão ser precisas ainda mais duas semanas para se apurar o resultado final – e perceber qual a verdadeira dimensão da “vitorinha” da AD, tanto em número de votos como de deputados. Depois, o mais certo é entrarmos num calendário de grande instabilidade e de crispação, com o Chega a exigir fazer parte do Governo, e Montenegro a procurar manter o “não é não” – mesmo contra a opinião de muitas vozes no interior do PSD.
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