Israel, pela voz do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Eli Cohen, disse que António Guterres deveria ter vergonha. Tudo porque o secretário-geral da ONU defendeu que todas as partes envolvidas no conflito em Gaza estão a cometer violações do direito internacional. Na rede social X, Cohen veio acusar o ex-primeiro-ministro português de não ter vergonha, perante os “mais de 30 menores – incluindo um bebé de nove meses, bem como de crianças que testemunharam o assassinato, a sangue frio, dos seus pais – que estão detidos contra a sua vontade na Faixa de Gaza”. Será que o Governo israelita considera que, apesar de já ter transformado Gaza num cemitério a céu aberto (onde já se contam as mortes de 4.000 crianças), o grau de desgraça que se abateu, faz hoje precisamente um mês, sobre as localidades israelitas fronteiriças e instalações militares junto à Faixa, valida tais números? Infelizmente, quando ainda há gente refém do Hamas e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu invoca a Bíblia mais uma vez, para dizer que “até nas guerras mais justas há perdas civis involuntárias”, já se percebeu que nem um, nem outro lado estão a atingir aquilo a que se propuseram.
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