Obrigados a escolher entre dois caminhos que conduzem ao abismo, um já trilhado e outro ainda desconhecido, os argentinos optaram, para já, pelo mal menor. E, de forma surpreendente, deram a vitória na primeira volta das eleições presidenciais de ontem ao candidato peronista Sergio Massa, o atual superministro da Economia que é também o responsável pela superinflação de 138% que vai dilacerando o segundo maior país da América do Sul, onde 40% da população vive abaixo da linha da pobreza e a moeda oficial desvaloriza todos os dias face ao dólar.
Entre a realidade que já conhecem, com Massa, ou o salto para um terreno desconhecido, que lhes era proposto pelo ultradireitista Javier Milei, os argentinos optaram pela prudência. E, por enquanto, salvaram-se de ter na presidência o homem que diz falar com o seu cão morto e que empunha uma motosserra nos seus comícios para exemplificar como pretende dinamitar o sistema. O candidato negacionista das alterações climáticas, que defende o tráfico livre de órgãos e de armas e que pretendia extinguir os ministérios da Educação, da Saúde ou do Trabalho, entre tantos outros, não conseguiu concretizar nas urnas o apoio que lhe aparecia colado nas sondagens, desde que, em agosto, tinha vencido as primárias.
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