À medida que se vai conhecendo a dimensão da tragédia dos incêndios no Havai mais cresce a estupefação. Alimentada por duas razões: primeiro, a ocorrência de um número tão elevado de vítimas no país mais desenvolvido do mundo que, teoricamente, estaria mais do que preparado para fazer frente a uma ameaça desse tipo; segundo, porque as caraterísticas naturais daquele arquipélago, no meio do oceano Pacífico, pareciam dar uma espécie de imunidade perante o fogo – ninguém previa, no fundo, que um incêndio tão descomunal pudesse ocorrer em ilhas tão luxuriantes. Mas é precisamente por isso que a dimensão desta tragédia – que já se aproxima da centena de mortos, mas ainda com milhares de desaparecidos, – devia ser vista como um aviso para o mundo. E daqueles bem sonoros: ninguém está a salvo, nem mesmo os países mais ricos e poderosos, das alterações climáticas.
Embora ainda se desconheça, com exatidão, as causas da tragédia, há dados que não podem ser ignorados. As autoridades locais estavam demasiado confiantes na proteção natural das ilhas, com o seu clima tropical e húmido, muito diferente da vegetação seca que costuma impulsionar os grandes incêndios florestais.
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