“Nós temos um centro de alojamento social onde recebemos as pessoas durante três meses. Portanto, temos condições e instrumentos internos para dar uma resposta imediata”, afirmou o provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, António Tavares.
Falando à Lusa, em Fafe, onde participou nas atividades de encerramento da segunda edição do evento “Terra Justa”, este ano dedicado aos refugiados, o provedor acrescentou: “Penso que o nosso estado de prontidão será de oito a 10 dias para podermos responder a qualquer tipo de solicitação”.
Não obstante, António Tavares assinalou as dificuldades e o grau de exigência do processo de acolhimento, nomeadamente em termos de recursos humanos nas instituições.
“Na Misericórdia do Porto, nós entendemos que o grau de exigência para o número de refugiados que o país pode vir a absorver implica uma grande disponibilidade das pessoas”, vincou, acrescentando que “é pelo lado do empenho das pessoas” que se tem estado a resolver a situação.
Segundo o dirigente, a Santa Casa da Misericórdia do Porto vai envolver, no mínimo, cinco pessoas, entre psicólogos e assistentes sociais, além de médicos, enfermeiros e paramédicos.
Para António Tavares, a preocupação da instituição que dirige é acolher os refugiados “de acordo com um projeto de vida, com princípio, meio e fim”.
“É um trabalho dos nossos técnicos que obedece à questão da habitação, aprendizagem da língua e da empregabilidade”, sublinhou.
O responsável defendeu ainda que receber os refugiados não é somente fazer campanhas de sensibilização ou manifestar boa vontade, mas, sobretudo, criar condições para que essas pessoas não fiquem entregues a si mesmas na comunidade.
“Pese embora a grande capacidade de abertura e partilha que todos nós temos, é natural que haja dificuldades de inserção”, alertou, referindo saber que alguns dos casos que já estão a chegar não estão a correr muito bem, porque estão a faltar esses apoios.
“Precisamos de trabalhar em rede e trocar informação”, reforçou.