“O Estado social é o domesticador do capitalismo”. A frase do filósofo Jürgen Habermas foi uma das escolhidas por Maria de Belém Roseira para destacar a importância da economia social no mundo de hoje.
A deputada foi a convidada especial do evento em que foram revelados os vencedores da edição deste ano dos prémios Os Nossos Heróis, uma iniciativa promovida pela VISÃO e pelo Montepio que procura pessoas e empresas que se destacam pela sua atividade na área social.
Maria de Belém lembrou a elevada taxa de desemprego nacional (13,4%) e atribuiu à economia social o “papel de grande responsabilidade no sentido de ajudar à reconstrução destas vidas”.
Perante uma assistência maioritariamente ligada ao sector social, a deputada fez uma síntese da evolução do conceito de economia social em Portugal e relembrou a sua relação com o 1.º artigo da Declaração Universal dos Direitos do Homem, que estabelece igual dignidade para todos os seres humanos.
O contraste entre a economia de mercado e a economia social foi outro dos pontos fortes do discurso proferido na Associação Comercial de Lisboa. Já que o sector social “atenua as consequências de uma economia que secundariza as pessoas”. A ex-governante do Partido Socialista alertou que a economia social não convive bem com a competição desenfreada, nem com a exploração das pessoas”.
Maria de Belém Roseira terminou a sua intervenção apelando a que “todos sejamos capazes de reconstruir o conceito de dignidade social”.
No seu discurso de boas-vindas, Francisco Pinto Balsemão, chairman do Grupo Impresa, já havia referido a importância de “os cidadãos, as empresas e a sociedade civil serem cada vez mais necessárias para combater os problemas”. Dando como exemplo a parceria da VISÃO e do Montepio que se materializa na edição anual em papel da VISÃO Solidária, os prémios Os Nossos Heróis, duas conferências por ano, um canal online com atualização diária e, pelo segundo ano consecutivo, a edição da VISÃO Júnior Solidária, que também criou um prémio para as escolas mais solidárias.
O presidente do grupo, classificou o encontro como uma celebração de quem “dá o seu tempo e uma parte da sua vida a quem está em situações de carência”.
António Tomás Correia, presidente do Montepio, inspirou-se no discurso de Maria de Belém Roseira para deixar o alerta sobre os perigos da “lógica de mercado, que é alógica do curto prazo”. Um caminho que se não for invertido, irá “matar a esperança”.
“Iniciativas como a VISÃO Solidária são decisivas para alterar este rumo”, declarou o presidente do Montepio, com os olhos postos nos vencedores dos prémios Os Nossos Heróis.
Andreia Martins, 27 anos, recebeu o prémio de Herói do Ano pelo seu trabalho como assistente social em Penamacor e também na Associação Sem Fronteiras, da qual é fundadora. Foram ainda atribuídas duas Menções Honrosas, a Rui Pratas, 41 anos, que lançou a campanha Pedalar Para Ajudar com o objetivo de contribuir para a inclusão de crianças portadoras de Trissomia 21, e a Frederico Cruzeiro Costa, 36 anos, que criou a Agência de Empreendedores sociais para incentivar a criação de emprego.
A Cepsa, SA foi eleita a Empresa do Ano pela forma responsável como incentiva projetos de âmbito social com o seu próprio galardão anual: os Prémios CEPSA ao Valor Social.
Poderá conhecer as suas hitórias na próxima edição da revista VISÃO.