“Nestes momentos de dificuldades são os mais velhos que podem ajudar em vários sentidos, não só a nível económico, como de acompanhamento, de ter mais disponibilidade para os mais novos e cuidar dos mais dependentes”, disse à agência Lusa Joaquina Madeira, a propósito do Dia Mundial da Terceira Idade, este domingo, 28.
“É um papel essencial que não temos contabilizado na sociedade, nem lhe damos valor económico, mas que tem uma importância decisiva para a regular vida da sociedade”, acrescentou.
Como não estão no mercado de trabalho, os idosos são considerados como “uma despesa”: “Fomos uma sociedade que fraturou muito e pôs os idosos num campo de que são eles que fazem a despesa e já não colaboram para a produção nacional”, disse ainda Joaquina Madeira.
“O que o Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e estes dias vêm dizer é que os mais velhos produzem, têm trabalho útil, colaboram e contribuem para o equilíbrio da sociedade e são um capital social que nenhuma sociedade pode desperdiçar”, frisou.
Joaquina Madeira alertou que a sociedade não pode estigmatizar as pessoas por serem mais velhas. Os idosos “continuam a ser o local de proteção para as outras idades. Isto é natural, é a concretização da solidariedade entre gerações”.
De acordo com o Censos de 2011, 400 964 idosos vivem sozinhos e 804 577 na companhia exclusiva de outras pessoas com 65 ou mais anos, representando cerca de 60% da população idosa a viver nestas condições.
São os idosos que vivem em condições mais vulneráveis que mais sofrem em épocas de crise, disse Joaquina Madeira, defendendo a importância das entidades locais para intervir “nestas situações de crise e emergência”.
“Nós temos dois deveres na nossa vida: cuidarmo-nos e cuidar dos outros e, neste momento, temos cada vez mais de cuidar dos outros”, frisou.