Tenho 68 anos e, por dádiva da Natureza, nunca me senti a envelhecer quer física, quer mentalmente.
Sei que, inexoravelmente, o dia da reforma se aproxima, mas, ao inverso do que seria normal, não o encaro como alívio ou direito a um merecido descanso.
Bem ao contrário, esse dia da reforma causa-me a ansiedade – para não dizer a angústia – de saber que quero e tenho que continuar a trabalhar, buscando novos desafios que me façam sentir útil ao serviço da sociedade e da minha própria sanidade mental.
Pois a verdade é que é essa a minha natureza cromossomática e, quando assim se nasce, a idade não está no Bilhete de Identidade: está, apenas, na nossa cabeça!
Mário Assis Ferreira