Dizemos que as pessoas “têm” uma ideologia, como se ela fosse uma mala ou uma banana. Tal como os objetos que podemos segurar, estimar, ou descartar, as ideologias são imaginadas como sendo-nos externas. Às vezes trocamos uma ideologia antiga por uma outra mais nova e reluzente. Outras vezes somos nós os evangelistas que andam a tentar impingir uma ideologia aos não convencidos. Aceitem!
Trocamos e negociamos essas possessões ideológicas, e gabamo-nos dos valores das nossas mais recentes aquisições. No entanto, talvez estejamos enganados ao pensar que as ideologias são bens que detemos, bagagem que transportamos, que as ideologias existem de alguma maneira fora de nós.

