Não importa se o PSD continua a não prestar o apoio de que Isaltino Morais beneficiou nos primeiros anos da sua presidência, quando ainda era militante do partido, culpa das acusações em processos de corrupção passiva, fraude fiscal, branqueamento de capitais e abuso de poder de que foi alvo e da condenação de sete anos, cumprida em pequena parte na prisão da Carregueira, perto de Belas. Contra ventos e marés, nas próximas eleições autárquicas, os munícipes de Oeiras lá terão um quadradinho para votarem no presidente que há 40 anos decide os destinos do concelho (com intervalos para uma passagem pelo Ministério das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente, no tempo de Durão Barroso, e para cumprir a tal pena). Devido à lei da limitação de mandatos, esta será a última vez que poderá ser candidato a presidente da Câmara Municipal de Oeiras.
“O sentido de voto está decidido neste momento”, garante Isaltino, confiante na vitória, depois de, em 2021, ter vencido por maioria absoluta com um resultado de 50,86%. “Até ao momento, não há conversações com o PSD, mas se quiserem apoiar-me, ficarei satisfeito, tal como ficaria caso o PS decidisse apoiar a minha candidatura.” Se ganhar e cumprir o mandato até ao final, Isaltino acabará a sua prestação em Oeiras com 80 anos e dará então asas ao desejo de se dedicar a uma quinta, produzindo azeite e vinho e passando os dias a “plantar couves”.