A Comarca de Lisboa prevê que o julgamento de José Sócrates “possa arrancar antes do verão” de 2025, no Tribunal de Monsanto, em Lisboa. A garantia é de fonte anónima do Conselho Superior da Magistratura (CSM), à Lusa. Passados dez anos sobre a detenção do antigo primeiro-ministro, o processo principal do caso Operação Marquês foi distribuído, por sorteio, ao juiz 19 do Tribunal Central Criminal de Lisboa, lugar ocupado por Susana Seca. Porém, a data da primeira sessão “ainda não está fechada”, acrescenta a mesma fonte. Antes do início do julgamento, o processo vai ser integralmente digitalizado, um procedimento tem o apoio da estrutura de Apoio Logístico à Tramitação de Elevada Complexidade, constituída em 2023, no seio do CSM. O objetivo é o de “facilitar o manuseamento e consulta do processo, garantindo uma maior celeridade e eficiência na preparação do julgamento”, justificou a fonte.
No entanto, não há ainda certezas. No passado dia 7 de dezembro, José Sócrates reuniu os média, para, em conferência de imprensa, voltar a declarar-se “inocente”, alegando que o processo Operação Marquês não poderia seguir para julgamento “por existirem recursos pendentes”, incluindo um do seu primo [José Paulo Pinto de Sousa], também arguido, para o Supremo Tribunal de Justiça (STJ). O STJ vai ter de decidir se a contestação tem efeito devolutivo ou suspensivo. Recorde-se que José Sócrates, 67 anos, responde por 22 crimes – três de corrupção, 13 de branqueamento de capitais e seis de fraude fiscal. O antigo primeiro-ministro (de 2005 a 2011) é apenas um dos 22 arguidos, a quem foram imputados, globalmente, 118 crimes. O antigo governante está ainda acusado de mais seis crimes noutro processo separado. O caso aguarda nova decisão instrutória.