Conhecido cientificamente pela designação Diospyros kaki, o dióspiro é um fruto sazonal – como a castanha – muito consumido nos meses de outono, entre outubro e dezembro, com vários benefícios para a saúde. Originário da China, os dióspiros são cultivados desde o século XVII, tendo-se difundido pelo resto do mundo nos séculos seguintes. Atualmente, é produzido em países como o Japão, Coreia, Brasil, Índia, Espanha e em Portugal, na região algarvia.
Os dióspiros podem ser consumidos cozinhados, desidratados ou ao natural – a forma que mais potencializa as suas propriedades nutricionais. Sendo uma fruta muito rica em açúcar – e por isso bastante doce – são também frequentemente usados na confeção de sobremesas, evitando assim, a adição de adoçantes.
É um alimento com uma pele muito sensível e que amadurece muito rapidamente – sobretudo se estiver perto de outros frutos, como a banana – pelo que, de forma a conservá-lo durante mais tempo, deve ser colocado no frigorífico. A sua ingestão, especialmente quando ainda não está maduro, provoca uma sensação de adstringência – causada pela contração das mucosas da boca devido à presença de taninos (antioxidantes).
Existem dois tipos de variedades de dióspiros – de diferentes características – que se distinguem sobretudo pela forma como são consumidos:
- Os dióspiros “de abrir” ou tradicionais: com uma textura mais mole e tom avermelhado, este tipo de dióspiros são mais doces e nutricionalmente mais ricos em taninos. Costumam ser consumidos à colher por serem mais moles.
- Os dióspiros “de roer”: que possuem uma cor laranja mais intensa, sabor menos doce e consistência mais rija, podendo ser consumidos de forma semelhante a uma maçã, “à dentada”. Este tipo de dióspiros têm uma forma mais oval ou achatada e são menos adstringentes, sendo frequentemente encontrados em saladas, sumos ou compotas. Há também quem o consuma assado com canela.
Seja qual for o seu tipo, esta fruta sazonal é praticamente constituída por polpa, possuindo uma aparência mais gelatinosa, composta por mucilagem – uma substância que se encontra em quase todos os vegetais – e pectina – um polissacarídeo complexo.
Os benefícios nutricionais do dióspiro
- São muito ricos em antioxidantes – Graças ao elevado teor de antioxidantes (taninos), os dióspiros possuem propriedades anti-inflamatórias, anti-infecciosas e anti-hemorrágicas. Características que, segundo o Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da Direção-Geral da Saúde, contribuem para a diminuição do risco de problemas cardiovasculares e ajudam a reduzir alguns tipos de cancro. Os antioxidantes estão ainda associados a prevenção da degeneração ocular, contribuindo para uma boa saúde ocular;
- Uma fonte de vitaminas e minerais – Para além de terem boas quantidades de vitamina A (carotenoides) e vitamina C, os dióspiros são também ricos em potássio e uma boa fonte de cálcio, cobre, fósforo e magnésio, minerais que estimulam a produção de glóbulos vermelhos;
- São ricos em hidratos de carbono – A presença de fibras – como as pectinas e as mucilagens – ajudam a promover a sensação de saciedade, favorecem a regulação do funcionamento intestinal e das glicemias e ajudam a diminuir os níveis de “mau” colesterol – o LDL – associado a doenças cardíacas;
- São muito ricos em água – Cerca de 80% da constituição de um dióspiro é água;
Apesar dos benefícios que têm para a saúde, o dióspiro, tal como outros alimentos (como o amendoim ou os tremoços), devem ser consumidos com moderação, especialmente devido ao seu alto teor em açúcar que os torna um alimento altamente calórico. O seu consumo pode também não ser indicado para pessoas com insuficiência renal – uma vez que aumentam a quantidade de potássio na corrente sanguínea.