O narcotraficante Samir Fernandes foi, esta quinta-feira, condenado a 19 anos de prisão por tráfico de droga, associação criminosa, posse de arma proibida e ofensa à integridade física. Descrito, pelas autoridades, como “um dos principais narcotraficantes” do País, Samir, de 45 anos, estava a ser julgado no Tribunal de Lisboa Norte (Loures), após ter sido detido, em em janeiro de 2023, na sequência de uma operação da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes (UNCTE) da PJ.
Nascido em Aveiro, com raízes guineenses, foi no Bairro do Condado, em Chelas – uma zona de Lisboa conhecida anteriormente como Zona J –, que Samir se fixou com a família há vários anos. A partir dali, criou uma organização que passou a dedicar-se ao comércio de cocaína, heroína e canábis.
O nome de Samir circulava no submundo do crime há, pelo menos, uma década. No entanto, foi apenas a partir de junho de 2021 que entrou nos radares das autoridades antidroga, devido às “fortes suspeitas” de liderar o “grupo de Chelas”, que dominava o comércio do crack na região da Grande Lisboa. O “narco” dizia controlar o território entre a Mouraria e Chelas, segundo a investigação.
O grupo mantinha um quartel-general localizado num apartamento na zona da Flamenga, junto a Santo António dos Cavaleiros (Loures). Era nesse local, designado como “casa b”, que a organização “cozinhava” e armazenava a droga, antes de chegar aos consumidores.
Nesta fase, coincidiu o aumento do consumo de crack nas ruas da capital. Os investigadores acreditam que Samir tenha obtido, no espaço de apenas dois anos, lucros brutos no valor de €2,5 milhões. O dinheiro, até ao momento, não pôde ser recuperado.
No mesmo processo, o tribunal condenou ainda Domingos Quebi, o “braço direito” de Samir, “número 2” do grupo, a uma pena de seis anos de prisão por associação criminosa. Os cúmplices Ivo Craveiro e Cátia Mendes foram condenados a oito anos (por tráfico de droga e associação criminosa); Sérgio Barbosa foi condenado a oito anos e seis meses (por tráfico de droga, associação criminosa e ofensa à integridade física).