Dois agentes da PSP, que cumpriam funções na Polícia Municipal de Lisboa, foram detidos, na madrugada desta quinta-feira, acusados de tráfico de seres humanos e lenocínio agravado. O Comando Metropolitano de Lisboa (COMETLIS) da PSP revelou, em comunicado, que os dois polícias, com idades entre os 40 e os 45 anos, estariam “ligados ao negócio da exploração das mulheres para a prostituição”.
No âmbito desta operação, da própria Divisão de Investigação Criminal da PSP, em articulação com o Ministério Público no DIAP de Lisboa, foi ainda detida uma mulher, que as autoridades apontam como a líder o negócio. Mais duas pessoas foram constituídas arguidas.
Em comunicado, a PSP adiantou que a investigação, que decorria há cerca de um ano e meio, “identificou uma estrutura que explorava mulheres para a prostituição, submetendo-as a condições degradantes e desumanas, obrigando-as a trabalhar de forma quase permanente, limitando a sua liberdade e autodeterminação”. “A estrutura investigada e, agora debelada, é composta por uma mulher que geria o negócio e que contava com diversos colaboradores, quer no espaço utilizado para a prostituição, quer como rede de apoio. No âmbito da investigação foram identificados dois polícias, atualmente em funções na Polícia Municipal de Lisboa, que se crê estarem ligados ao negócio da exploração das mulheres para a prostituição”, lê-se na nota.
Os investigadores realizaram sete buscas domiciliárias na região da Grande Lisboa e no Algarve. As instalações da Polícia Municipal de Lisboa também foram “visitadas”. As autoridades terão identificado dezenas de vítimas; a maioria era originária do Brasil.
Os detidos vão ainda hoje ser presentes a juiz para primeiro interrogatório judicial.