Ainda estamos a digerir os aromas do magnífico jardim que circunda o Austa e já temos um cocktail com endro nas mãos. Enquanto saboreamos esta frescura no copo, Emma vai-nos contando tudo sobre este fruto da pandemia. Ela e David Campus deixaram Londres durante a covid e também os seus empregos na moda e em marketing, respetivamente. Os pais de Emma já cá viviam há 20 anos e tinham um terreno livre, mesmo ao lado da sua loja de decoração. Daí à abertura das portas, no final do verão passado, foi um ver se te avias a afinar o conceito de “comida honesta, com ingredientes sazonais e produtores locais”, tal como anunciam na porta de vidro, em inglês. A sustentabilidade é afinal a ideia base deste novo restaurante em que o luxo não se vê, mas sente-se a cada garfada e especialmente na descontração do ambiente. Aqui tudo tem uma história, do vinho ao azeite, passando pela manteiga feita a partir do leite de vacas de São Brás de Alportel. David Barata é o chefe que sintonizou na perfeição com o discurso do casal de ingleses. Depois de vários anos em Estrelas Michelin, é dele a carta, desde o pequeno-almoço ao jantar. “Queria fazer uma cozinha mais direta e descontraída, nunca abdicando da qualidade do produto, de proximidade e microssazonalidade”, clarifica, no final de uma refeição em que tudo correu sem um único reparo.
Extravagância à mesa