Os tremoços são as sementes de uma planta designada de tremoceiro – do género Lupinus – cuja floração ocorre durante a primavera e verão. Frequentemente servidos em países do mediterrâneo e América Latina, os tremoços são conhecidos enquanto um snack de verão pela população portuguesa ao acompanharem geralmente bebidas frescas e outros petiscos. Semelhantes a outros aperitivos consumidos durante esta época do ano – como os caracóis, azeitonas ou amendoins – os tremoços destacam-se pelo seu baixo valor calórico e custo reduzido de aquisição.
Considerados uma leguminosa pertencente à família do grão e feijão, o tremoço é consumido na Europa desde a época do império romano, responsável pela disseminação do alimento pelo continente.
A produção e consumo de tremoço possuem também fatores de consciência ambiental, uma vez que o tremoceiro, ao crescer em terras pobres em fósforo, implica que não seja necessária a utilização de adubos ou fertilizantes artificiais. Por outro lado, é também uma planta que não necessita de muita água para crescer e é muito utilizada para a fixação de azoto nos solos, o que facilita o estabelecimento de um sistema de rotação de culturas.
Alguns benefícios para a saúde:
À semelhança do que acontece com outras leguminosas – como o grão, feijão ou as ervilhas – o tremoço possui várias propriedades nutricionais benéficas para a saúde.
- Tem um baixo valor calórico: Os tremoços têm, em média, um sexto das calorias que outros snacks –como os amendoins ou as batatas fritas – apresentam.
- São altamente saciantes: O baixo valor energético e alto teor de fibra e proteína, ajudam a regular o apetite e a saciar a fome.
- Boa digestibilidade e ricos em proteína: A elevada presença de proteína nos tremoços contribui para uma boa digestibilidade e faz deste alimento um bom substituto para proteínas de origem animal para quem segue uma dieta vegetariana ou vegan.
- Zero glúten: Os tremoços são um alimento isento de glúten, constituindo-se também como uma boa alternativa para quem possui doenças celíacas.
- Ajudam a regular os níveis de colesterol e glicemia: Com três vezes mais fibra do que a aveia, os tremoços ajudam a controlar os níveis de colesterol e de açúcares presentes no sangue, promovendo, ao mesmo tempo, o bom funcionamento intestinal.
- Regeneração da pele: Os tremoços possuem também algumas propriedades emolientes, diuréticas e cicatrizantes responsáveis pela renovação das células e a regeneração da pele.
- Pobres em gordura: Do ponto de vista nutricional, o tremoço possui apenas 2% de gordura na sua composição.
- Diminuem o inchaço e desconforto intestinal: Ao não possuírem na sua composição uma substância chamada Lectina – uma proteína, presente na maioria das leguminosas – os tremoços são conhecidos por diminuir inchaço e desconforto intestinal.
- Ricos em vitaminas: Os tremoços são ainda uma fonte de cálcio, vitaminas tipo E e complexo B, bem como ricos em ácidos gordos insaturados, folato, ferro e zinco.
O único “problema” dos tremoços
Acabado de sair da planta, o tremoço, ainda em grão seco, não é comestível. À semelhança do que acontece com outras leguminosas – como o feijão, as favas ou as lentilhas – o tremoço, na sua forma natural, apresenta alguns compostos tóxicos – designadas de alcaloides – não indicáveis para consumo e eliminados através da cozedura e mudança frequente de água em que são colocados. Um processo, feito industrialmente, que se estende até que os tremoços percam o sabor amargo original, altura em que o seu consumo passa a ser seguro.
Conservados em salmoura, o excesso de sal presente nos tremoços constitui-se como o único senão ao consumo de tremoços, uma vez que o consumo em excesso de sal pode levar a vários problemas de saúde. Existe, contudo, uma forma fácil de “resolver” esta situação: passá-los por água corrente ou demolhá-los antes do seu consumo.